Bento XVI afirma que formação acadêmica de padres deve ser acompanhada por crescimento na fé

Papa2Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 21-02-2011, Gaudium Press) Não é apenas a formação acadêmica que é necessária na preparação para o sacerdócio, mas também a espiritual, recordou o Papa para a comunidade do Pontifício Colégio Filipino em Roma. Membros da instituição de ensino foram recebidos em audiência neste sábado pelo Santo Padre por conta do 50º aniversário da fundação do Colégio, pelo Papa João XXIII.

Bento XVI encorajou os sacerdotes filipinos a viver seu período no Pontifício Colégio como uma oportunidade para “adquirir maturidade espiritual e teológica” para a futura missão. Segundo o Papa, uma “completa formação sacerdotal incluiu não apenas a acadêmica, acima e sobretudo o componente intelectual oferecido a eles aqui; mas os estudantes do Colégio são também formados espiritualmente através da história viva da Igreja de Roma, e do exemplo luminosos dos seus mártires”, observou o Papa.

O pontífice também recordou a necessidade de levar o cuidado pastoral à grande comunidade filipina que vive em Roma. Ele pediu aos presentes que “sempre procurassem um equilíbrio saudável entre cuidados pastorais locais e as exigências acadêmicas”.

O Pontifício Colégio Filipino recebe sacerdotes diocesanos filipinos enviados por seus bispos para estudos superiores nas universidades pontifícias romanas.

O sacerdócio é sacramento e testemunho de fé, não ofício, afirma Bento XVI em vigília

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 11-06-2010, Gaudium Press) O Papa Bento XVI participou na noite desta quinta-feiraVigilia de uma grande vigília junto aos milhares de sacerdotes de todo o mundo, na espera da missa de sexta-feira pela conclusão do Ano Sacerdotal.

“Bem-vindo em meio a nós”, foi como o cardeal prefeito da Congregação para o Clero, Dom Claudio Hummes, saudou o Papa. “Todos os sacerdotes presentes, junto a seus coirmãos espalhados pelo mundo, desejam manifestar a sua mais filial devoção, sua profunda estima, seu apoio e afeto sinceros”. As palavras do cardeal foram confirmadas com um grande aplauso dos mais de 10 mil sacerdotes presentes à vigília.

“Obrigado de coração Santidade, por tudo que fez, está fazendo e fará por todos os sacerdotes, mesmo por aqueles perdidos”, prossegui o Cardeal Hummes em sua saudação. “Gostaríamos que o Ano Sacerdotal não terminasse nunca, isto é, não terminasse nunca a atenção de cada um para a santidade na própria identidade”, continuou.

O Santo Padre chegou à Praça em papamóvel, passando pelos setores. A parte da vigília com a presença do pontífice consistiu em cinco perguntas feitas por padres de cinco continentes. Os temas foram os mais significativos para os padres, como o desenrolar de sua ação pastoral, o celibato, a teologia. O pontífice reforçou a eles que não se pode “fazer o que se quer ou se deveria fazer, porque nossas forças são limitadas e a sociedade é cada vez mais diversificada e complicada”.

O sacerdócio não é uma profissão ” como qualquer trabalho. É o que diz o Santo Padre Bento XVI sobre a realidade da vocação sacerdotal no mundo de hoje, o testemunho da fé, do celibato e da teologia.

O Papa advertiu ainda contra “a arrogância da razão”, que obscura a presença de Deus no mundo. “Nós, teólogos, devemos usar a razão grande e ter coragem de ir além do positivismo e ir além da experiência. Não nos submetendo a todas as hipóteses do momento”, observo o Santo Padre.

“Há uma teologia que quer ser acadêmica e científica e que esquece a realidade vital, a presença de Deus, o seu falar hoje, e não somente no seu passado”. A “verdadeira teologia” é aquela que “vem do amor de Deus e de Cristo”, explicou o pontífice, que advertiu contra a “tentação” do clericalismo, mal “de todos os tempos”, e também de hoje.

Sobre o celibato, Bento XVI reforçou que o mundo deve pensar no seu futuro, não somente em se concentrar no hoje. O sacerdócio é aquele sinal do futuro que todo homem espera. O presente problema é entender o significado do celibato como “moda para não se casar” que promove o “viver sozinho e por si mesmo, enquanto o celibato é um sim definitivo”. São coisas diferentes, explica Bento XVI. “Se desaparecer o casamento entre o homem e a mulher, desaparece a raiz da nossa cultura”. As palavras do Papa são recebidas pelos padres presentes com um longo aplauso.

O mundo vê o escândalo no celibato, enquanto “não quer ver que existem também os escândalos dos nossos pecados, que obscuram o grande escândalo”. O Papa ressalta “enorme fidelidade” e “grande sinal da fé” no celibato.

O Papa pediu aos sacerdotes que “tornem possível para todos a Eucaristia dominical e para celebrá-la de forma a tornar visível o Senhor”, além de “serem presentes para os sofredores”.

A adoração do Santíssimo concluiu a vigília. Calor, alegria e também oração dominaram a atmosfera da praça. O Santo Padre foi recebido com um grande aplauso e um forte coro de “Bento, Bento”. O Papa estava sorridente.

Aos leigos e religiosas foram preparados somente dois setores na Praça São Pedro para a noite de quinta-feira, todos os outros foram reservados aos sacerdotes, aproximadamente 15 mil, em Roma para celebrar com o Santo Padre a conclusão do Ano Sacerdotal.

Papa destaca necessidade de uma preparação adequada para os sacerdotes

Cidade do Vaticano (Quarta, 03-02-2010, Gaudium Press) Dando continuidade ao mote do Ano Sacerdotal e ao temapapa central das mensagens pelo Dia Mundial da Vida Consagrada, o Papa Bento XVI voltou a falar, hoje, da necessidade de uma sólida e adequada formação para os sacerdotes de todo o mundo. “O desenvolvimento da cultura exige, daqueles que exercem o ministério da Palavra, em vários níveis, que sejam preparados”, afirmou a sacerdotes e seminaristas, e também a fiéis, na audiência geral desta quarta-feira.

O tema de sua nova catequese sobre importantes teólogos da história da Igreja foi São Domingos, fundador da Ordem dos Pregadores (mais conhecidos como Frades Dominicanos), e promotor da dimensão espiritual e acadêmica da teologia. No tradicional encontro com os fiéis, que aconteceu na manhã desta quarta-feira na Sala Paulo VI, estiveram presentes cerca de cinco mil pessoas.

“Domingos nasceu na Espanha, em Caleruega, por volta de 1170. Pertencia a uma família nobre da Velha Castela e, apoiado por um tio sacerdote, formou-se em uma célebre escola de Palência. Distinguiu-se logo pelo seu interesse no estudo da Sagrada Escritura e pelo amor pelos pobres, a ponto de vender os livros, que naquele tempo eram um bem de grande valor, para socorrer, com o lucro, as vítimas da fome”.

Conforme explicou o Papa, o Santo dedicou-se a dois enormes desafios para a Igreja de seu tempo: missão “ad gentes” e reevangelização das comunidades cristãs, especialmente por causa da “laceração religiosa da vida cristã no sul da França e da ação de alguns grupos heréticos”. Sua atividade pastoral acontecia nas cidades, principalmente nas universidades, onde “as novas tendências intelectuais eram um desafio para a fé dos cultos”.

São Domingos, além disso, é um exemplo para a Igreja Católica também no mundo moderno, disse Bento XVI, “com o fogo missionário que ardia em seu coração e que o impelia a anunciar e testemunhar o Evangelho”. Domingos de Gusmão recomendava, “para o bom sucesso da missão evangelizadora”, a vida comunitária em pobreza e o estudo como preparação ao apostolado. Por isso o santo sublinhava a importância de uma sólida formação teológica no campo acadêmico e cultural. Missão essa que até hoje é realizada pelos dominicanos.

O Santo Padre exortou particularmente os “sacerdotes, os consagrados e também todos os fiéis a encontrar uma profunda “alegria interior” em contemplar a beleza das verdades que vêm de Deus”.

São Domingos, junto aos dominicanos, é também promotor do rosário. “São Domingos contava com a terna devoção à Virgem Mãe, que depois tomaria a forma da recitação do terço, e com a fecunda retaguarda espiritual das monjas contemplativas”, disse o Papa na síntese em língua portuguesa.