Nota explicativa para o incremento, nas Dioceses (paróquias, santuários, capelas, mosteiros, conventos, seminários), da prática da adoração eucarística contínua em benefício de todos os sacerdotes e das vocações sacerdotais
Na Exortação Apostólica Sacramentum Caritatis, o Santo Padre Bento XVI traduziu de forma concreta o perene ensinamento da Igreja a respeito da centralidade da adoração eucarística na vida eclesial, dirigindo um apelo prático à adoração perpétua a todos os Pastores, Bispos e Sacerdotes, e ao Povo de Deus: “Juntamente com a assembléia sinodal, recomendo, pois, vivamente aos pastores da Igreja e ao povo de Deus a prática da adoração eucarística tanto pessoal como comunitária. Para isso, será de grande proveito uma catequese específica na qual se explique aos fiéis a importância deste ato de culto que permite viver, mais profundamente e com maior fruto, a própria celebração litúrgica. Depois, na medida do possível e sobretudo nos centros mais populosos, será conveniente individuar igrejas ou capelas que se possam reservar propositadamente para a adoração perpétua. Além disso, recomendo que na formação catequética, particularmente nos itinerários de preparação para a Primeira Comunhão, se iniciem as crianças no sentido e na beleza de demorar-se na companhia de Jesus, cultivando o enlevo pela sua presença na Eucaristia” (Sacramentum Caritatis, 67).
Para fortalecer o apelo do Santo Padre, a Congregação para o Clero, em sua solicitude pelos Presbíteros, propõe que:
1. cada Diocese encarregue um sacerdote de se dedicar – na medida do possível – em tempo integral ao ministério específico de promoção da adoração eucarística e à coordenação desse importante serviço na Diocese. Dedicando-se generosamente a esse ministério, ele mesmo terá a possibilidade de viver essa particular dimensão da vida litúrgica, teológica, espiritual e pastoral, se possível num lugar especificamente reservado para essa finalidade, identificado pelo próprio Bispo, onde os fiéis poderão, assim, se beneficiar da adoração eucarística perpétua. Tal como já existem os Santuários Marianos, dirigidos por reitores que exercem um ministério particular adaptado a suas exigências específicas, poderá haver quase uma espécie de “Santuários Eucarísticos”, com sacerdotes responsáveis por eles, que irradiem e promovam o especial amor da Igreja pela Santíssima Eucaristia, dignamente celebrada e continuamente adorada. Um ministério como esse, dentro do presbitério, lembrará a todos os sacerdotes diocesanos, como disse Bento XVI, que “precisamente na Eucaristia se encontra o segredo da sua santificação. […] O presbítero deve ser em primeiro lugar adorador e contemplativo da Eucaristia” (Ângelus de 18 de setembro de 2005);
2. sejam identificados lugares específicos que possam ser reservados especificamente para a adoração eucarística contínua. Para essa tarefa, os párocos, os reitores e os capelães devem ser encorajados a introduzir em suas comunidades a prática da adoração eucarística, tanto pessoal quanto comunitária, de acordo com as possibilidades de cada um e num esforço coletivo de incremento da vida de oração. Não deixem de ser envolvidas nessa prática todas as forças vivas, a começar das crianças que se preparam para a Primeira Comunhão;
3. as Dioceses interessadas nesse projeto poderão buscar subsídios apropriados para organizar a adoração eucarística contínua nos Seminários, nas Paróquias, nas Capelas, nos Santuários, nos Mosteiros, nos Conventos. A Providência Divina não deixará de permitir que se encontrem também benfeitores que contribuam com obras aptas a pôr em prática este projeto de renovação eucarística das Igrejas particulares, como, por exemplo: construção ou adaptação de um lugar de culto para a adoração, dentro de um edifício de culto maior; aquisição de um ostensório solene ou nobre paramento litúrgico; o patrocínio de material litúrgico-pastoral-espiritual para essa promoção;
4. as iniciativas voltadas ao Clero local, sobretudo as relativas a sua formação permanente, devem ser sempre permeadas de um clima eucarístico, que deverá ser efetivamente favorecido pela dedicação de um tempo adequado à adoração do Santíssimo Sacramento, de modo que essa adoração se torne, ao lado da Santa Missa, a força propulsora de todo e qualquer esforço individual e comunitário;
5. as formas de adoração eucarística poderão ser diferentes nos diversos lugares, de acordo com as possibilidades concretas. Por exemplo:
– adoração eucarística perpétua vinte e quatro horas por dia;
– adoração eucarística contínua das primeiras horas da manhã até a noite;
– adoração eucarística de tanto a tanto, todos os dias;
– adoração eucarística de tanto a tanto, num ou mais dias da semana;
– adoração eucarística em circunstâncias particulares, como festas ou comemorações.
A Congregação para o Clero expressa sua gratidão aos Ordinários que venham a se tornar animadores de um projeto como este, que não deixará de renovar espiritualmente o Clero e o povo de Deus de suas Igrejas particulares.
Com a finalidade de poder acompanhar de perto o desenvolvimento deste gesto desejado pelo Santo Padre, pedimos a cada Ordinário, interessado nesta iniciativa, que assinale a esta Congregação os desdobramentos relativos à adoração eucarística contínua em sua Diocese, sobretudo indicando que sacerdotes e locais se comprometeram com esse importante apostolado eucarístico.
A Congregação para o Clero não deixará, sempre que solicitada, de oferecer outros eventuais esclarecimentos a esta matéria.
Do Vaticano, a 8 de dezembro de 2007
Solenidade da Imaculada Conceição de Maria
Entenda-se por “adoração eucarística contínua” não apenas a adoração ininterrupta, vinte e quatro horas por dia, mas também a adoração contínua das primeiras horas da manhã até as últimas horas da noite. Essa forma pode estar mais ao alcance dos sacerdotes e dos fiéis das pequenas comunidades. É claro que, sempre que o número de fiéis for maior e houver disponibilidade, poder-se-á examinar a possibilidade de manter a Eucaristia em exposição ininterruptamente.
Infelizmente, a grande maioria das paróquias não promove a adoração ao Santíssimo; sequer explica ao povo a sua importância para a vida da Igreja e para a paz em cada coração e consequentemente no mundo.
Essa realidade é facilmente notada quando indagamos, na secretaria, qual é o dia ou horário de adoração. A maioria não possui um horário definido, mas aleatório.
Isso explica porque o mundo anda tão conturbado, cheio de maldades…