“O sacerdote é o homem do futuro”. Assim definiu o Papa em uma videomensagem enviada hoje aos mais de mil participantes de um retiro sacerdotal que acontece na cidade de Ars, na França. O seminário se desenvolve em torno do tema “A alegria do sacerdote consagrado para a salvação do mundo” e termina no próximo dia 3. A iniciativa nasceu do Ano Sacerdotal, convocado em junho por Bento XVI.
Uma reflexão sobre o papel do sacerdote a partir de São Paulo até o Santo Cura d’Ars. Esta é a síntese da mensagem do Papa aos religiosos reunidos na França. “Um bom pastor segundo o coração de Deus é o maior tesouro que Deus pode conceder a uma paróquia e um dos dons mais preciosos da misericórdia divina”, disse o Santo Padre fazendo suas as palavras de São João Maria Vianney.
O sacerdote é chamado a servir, dando a sua vida a Deus, é chamado a continuar a obra de redenção sobre a terra, “mas – lembra Bento XVI – a nossa vocação sacerdotal é um tesouro que levamos em vasos de argila”. Neste sentido, o próprio São Paulo expressou a infinita distância que existe entre a vocação sacerdotal e a pobreza das respostas que podemos dar a Deus, ponderou o Papa.
“Quando somos fracos é então que eu sou forte”, lembrou o Papa, citando o Apóstolo das Gentes. “A consciência desta fragilidade abre para a intimidade de Deus e doa força e alegria. O sacerdote não está, assim, para si próprio, mas para todos”, e este é um dos maiores desafios do nosso tempo, afirmou o pontífice.
O próprio sacerdote, “homem da Palavra divina”, deve ser hoje mais que nunca um “homem da alegria e da esperança”. “Diante daqueles que não podem mais conceber que Deus seja puro amor – prossegue Bento XVI – ele afirmará sempre que a vida vale a pena ser vivida e que Cristo dá todo o sentido porque Ele ama os homens, todos os homens”.
Expressando a própria proximidade a todos que completam o seu magistério em dificuldade, o Papa lembrou depois que o sacerdote é o homem do futuro, aquele que tem sempre presente as palavras de São Paulo: “Ressuscitais em Cristo”. “Vos convido a fortalecer a vossa fé e a dos fiéis na Eucaristia que celebrais, fonte da verdadeira alegria. Nada substituirá nunca na Igreja o ministério dos sacerdotes, testemunhas vivas da potência de Deus que opera na fraqueza dos homens, religiosos que são consagrados para a salvação do mundo e escolhidos por Cristo para que sejam sal da terra e luz do próprio mundo”.
O sacerdócio “é o meio com o qual Cristo constrói a Igreja”, disse o arcebispo de Viena, cardeal Christoph Schonborn. “É instrumentum animatorum (instrumento da alma) que realiza o sacrifício eucarístico em virtude do poder sagrado recebido.”
O cardeal brasileiro dom Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero, disse a propósito do retiro, por sua vez, que os sacerdotes não devem se desencorajar diante de uma cultura pós-moderna, secularizada e relativista, nem se deprimir diante do declínio das vocações.
Fote: Gaudium Press.