O ponto de referência do pensamento teológico

Tradução minha do:bernardo

VATICAN INFORMATION SERVICE

ANNO XIX – N° 182 ITALIANO  MERCOLEDÌ, 21 OTTOBRE 2009

 

Bento XVI: Catequese na Audiência Geral 4ª feira

21 de Outubro 2009

  

       […]

  Le riflessioni di San Bernardo “provocano ancor oggi in maniera salutare non solo i teologi, ma tutti i credenti” perché “a volte si pretende di risolvere le questioni fondamentali su Dio, sull’uomo e sul mondo con le sole forze della ragione. San Bernardo, invece, solidamente fondato sulla Bibbia e sui Padri della Chiesa, ci ricorda che senza una profonda fede in Dio, alimentata dalla preghiera e dalla contemplazione (…) le nostre riflessioni sui misteri divini rischiano di diventare un vano esercizio intellettuale, e perdono la loro credibilità”.

 

  “La teologia rinvia alla “scienza dei santi” -ha concluso Benedetto XVI- alla loro intuizione dei misteri del Dio vivente, alla loro sapienza, dono dello Spirito Santo, che diventano punto di riferimento del pensiero teologico (…). Alla fine, la figura più vera del teologo e di ogni evangelizzatore rimane quella dell’apostolo Giovanni, che ha poggiato il suo capo sul cuore del Maestro”.

 

 

  As reflexões de São Bernardo “provocam ainda hoje de maneira salutar não só os teólogos, mas todos os crentes” porque “por vezes pretende-se resolver as questões fundamentais sobre Deus, sobre o homem e sobre o mundo com a única força da razão. São Bernardo, pelo contrário, solidamente apoiado na Bíblia e nos Padres da Igreja, recorda que sem uma Fé profunda em Deus, alimentada pela oração e pela contemplação […] as nossas reflexões sobre os mistérios divinos arriscam-se a tornar-se um vão exercício intelectual, e perdem a sua credibilidade”.

 

“A teologia remete para a “ciência dos santos” – conclui Bento XVI – para a sua intuição dos mistérios do Deus vivo, para a sua sabedoria, dom do Espírito Santo, que se torna ponto de referência do pensamento teológico […]. Por fim, a figura mais verídica do teólogo e de todo o evangelizador permanece aquela do apóstolo João, que colocou a sua cabeça sobre o coração do Mestre”.

 

A Via Pulchritudinis

                                       Mons. João Clá Diasbento-xvi-missa

Como meio de evangelização, a beleza na liturgia tem sido ao longo dos séculos a causa de incontáveis conversões. Não são raros os homens de letras que deixaram consignada em alguma de suas obras a influência exercida pelo pulchrum litúrgico no processo de seu retorno à Igreja. Um desses é Joris Karl Huysmans, autor das célebres obras “En route” e “La Cathédrale”.

Eles mencionam a atração irresistível que exerce a vista dos celebrantes vestindo belos paramentos, movendo-se por entre a névoa do incenso e o tilintar das campainhas, do resplandecer dos vitrais colorindo as paredes e o chão, dos acordes do órgão fazendo solo ou acompanhando o canto gregoriano e o polifônico, enchendo de sonoras harmonias os espaços entre os arcos góticos das catedrais.

Na Liturgia, o pulchrum não é um elemento secundário, com o qual se deve ou não contar, segundo circunstâncias e conveniências, mas ele tem um papel essencial. É o que Bento XVI afirma de modo claro, e por suas palavras vemos como é preciso proporcionar à beleza um lugar de honra nas celebrações:

A verdadeira beleza é o amor de Deus que nos foi definitivamente revelado no mistério pascal. A beleza da Liturgia pertence a este mistério; é expressão excelsa da glória de Deus e, de certa forma, constitui o céu que desce à terra. O memorial do sacrifício redentor traz em si mesmo os traços daquela beleza de Jesus testemunhada por Pedro, Tiago e João, quando o Mestre, a caminho de Jerusalém, quis transfigurar-Se diante deles (Mc 9, 2). Concluindo, a beleza não é um fator decorativo da ação litúrgica, mas seu elemento constitutivo, enquanto atributo do próprio Deus e da sua revelação. Tudo isto nos há de tornar conscientes da atenção que se deve prestar à ação litúrgica para que brilhe segundo a sua própria natureza.[1]

Por fim, cumpre lembrar a Assembléia Plenária do Pontifício Conselho para a Cultura, realizada nos dias 27 e 28 de março de 2006. Nela, colocou-se em evidência precisamente o papel da beleza na evangelização. Como acentuou o Cardeal Paul Poupard, presidente desse dicastério, “mais que o estudo dos aspectos filosóficos, bíblicos e teológicos da temática”, aquela Assembléia teria “uma finalidade eminentemente pastoral”, propondo-se a “oferecer aos bispos e às comunidades cristãs estratégias, projetos e propostas concretas para fazer que a via pulchritudinis seja percebida e vivida como uma via privilegiada e eficaz de evangelização, de transmissão da fé cristã e de diálogo com todos os homens e mulheres de boa vontade, mesmo que não-crentes”.

CLÁ DIAS, João. Oportunidades para a Igreja no século XXI. Elaboração do projeto de pesquisa: elementos constitutivos – 1ª. Parte. Centro Universitário Ítalo Brasileiro. São Paulo, 2007. p. 85-86.


[1] Exortação Apostólica pós-Sinodal “Sacramentum Caritatis”, n. 35.

O Livre Arbítrio em Santo Agostinho

            Pe. David Edward Ritchie, EP      agostinho

            De acordo com Sto. Agostinho, o primeiro livre arbítrio, aquele que foi dado a Adão, consistia no poder não pecar. Perdida esta liberdade pelo pecado original, surgem as más ações que cometemos por ignorância e as boas que não conseguimos praticar, pois esse, como antecedente, mereceu os outros pecados, como conseqüentes. (Cf. De Libero Arbitrio II, cap. 20, 54). “Denominamos “pecado” não apenas o que em sentido próprio é pecado, por ter sido cometido conscientemente e por livre vontade, mas também o que é a conseqüência necessária do mesmo pecado, como castigo do mesmo”. (Idem) A liberdade final, será aquela que Deus dará como prémio e consistirá no não poder pecar. Esta última liberdade será dada ao homem como um dom divino, dado que não pertence à natureza humana, e tornará esta última participe da impecabilidade própria de Deus. Mas pois que a primeira liberdade foi dada ao homem a fim de que ele procure a última e completa liberdade, é evidente que só esta última exprime aquilo que o homem verdadeiramente deve ser e pode ser. O não poder pecar, a libertação total do mal é uma possibilidade do homem fundada numa dádiva divina.

            Deus é o Ser que permite ao homem a existência, a Verdade que dá lei à sua razão, o Amor que o chama a amar. Sem Deus o homem só pode afastar-se do ser, da verdade e do amor, isto é, só pode pecar e condenar-se. Por isso ele não possui méritos próprios que faça valer perante Deus. Os méritos do homem não são mais que dons divinos; e o homem deve atribui-los a Deus, não a si (Cf. De libero arbitrio, cap. 6).

            É possível que Sto. Agostinho tivesse concebido de outro modo o processo da justificação, se quando jovem não tivesse ele próprio feito a experiência do pecado e sentido a mão de Deus arrancá-lo dele, imperiosamente. Acerca da questão do pecado original, Agostinho baseia-se na Epístola aos Romanos (5, 12), em que se diz que “assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim a morte penetrou em todos os homens, porque todos pecaram”. Paulo não quis dizer que Adão fosse o primeiro pecador, pois e primeiro pecador foi o diabo; se escreveu que o pecado entrou no mundo por Adão, é porque se trata exactamente de transmissão, não de imitação.

            Agostinho servia-se de uma observação que sempre o tinha impressionado, como já o provam as Confissões, a do sofrimento das crianças: este não pode ser uma pena merecida pelos pecados pessoais nem um remédio para exercitar a virtude daqueles que o suportam; se não se quiser acusar a Deus de crueldade e de injustiça, só pode ser o justo castigo de uma falta original.

            Assim, apesar da humanidade ter sido amaldiçoada depois do pecado original, alguns alcançam a verdade divina, a salvação. Isso depende do uso que fazemos do livre arbítrio, a faculdade que o indivíduo tem de determinar de acordo com a sua própria consciência a sua conduta, livre da Divina Providência enquanto está vivo. Seria o acto livre de decisão, de opção. Durante um diálogo, agostinho chega a conclusão que o mal não provém de Deus, mas sim do mau uso do livre arbítrio. “O mal consiste na aversão da vontade ao Bem imutável para se converter aos bens transitórios. Por sua vez, essa aversão e essa conversão não sendo forçadas, mas voluntárias, o infortúnio que se segue será um castigo justo e merecido. (De Libero Arbitrio II, Cap. 19, 53) Por isso, os sofrimentos pelos quais o homem passa nesta terra “são a justa punição por sua perversão, pois nada do que é conforme a justiça pode ser mal”. (De Libero Arbitrio, I, Cap. 16, 43)

RITCHIE, David. A formação da doutrina Agostiniana acerca do mal e sua importância no contexto da polémica contra os maniqueus e no âmbito do Livre Arbítrio. Paper Estudios antiguos y medievales – Dr. Gonzalo Soto. Maestria en Teología Moral. UPB.

 

EL “MISTERIO DE CRISTO”, EN EL CUAL SE ESCLARECE EL MISTERIO DEL HOMBRE (GS 22)

Francisco Berrizbeitia Hernándezbom-pastor

El misterio del hombre sólo se esclarece en el misterio del Verbo encarnado

Con estas palabras comprendemos la dimensión divina que nos responde en tres diversos aspectos de una misma realidad: teológica, histórica y antropológica.

El signo de credibilidad que es Cristo interpela al propio hombre y al mismo tiempo su vida es portadora de sentido: en El, el hombre descubre a Dios y se descubre a sí mismo. [1]

 

1.- La primera cosa que debemos puntualizar es que Cristo no es un personaje mítico ni la personificación de ideales éticos o religiosos, sino un hombre real y concreto. Como recuerda el Concilio Vaticano II, Cristo se ha encarnado y ha nacido de la Virgen María. Se ha hecho semejante a nosotros menos en el pecado. Jesús es Dios verdadero y hombre verdadero. El ha asumido en plenitud la condición del hombre y su destino, poniendo de manifiesto que la existencia humana no es resultado del azar sino responde a un destino personal en Dios. En Cristo la humanidad es llevada a la plenitud de su comunión con el Padre y en El se hace al mismo tiempo presente el amor de Dios al hombre. Es el «Universale Concretum et Personale» que se manifiesta al hombre y que le da entender las claves de su vida: la aceptación amorosa de la soberanía de Dios y la invitación que Dios le hace por amor para que le acoja. El anuncio de la conversión y del seguimiento de Cristo como norma esencial de vida, y la entrega amorosa a Dios y a los demás hombres.

    

2.- La enseñanza de Jesús como elemento esencial que constituye su persona y su obra. La relación de esa enseñanza y la vida en perfecta coherencia entre lo que Cristo hacía y enseñaba. De allí se deriva por una parte la extraordinaria autoridad de su enseñanza así como la respuesta a las aspiraciones más profundas del alma humana mostrando el verdadero orden de las realidades y del sentido de la vida humana.

    

3.- Cristo se presenta como la realización acabada de todas las cualidades que son propias al desarrollo moral pleno del hombre. Como el Nuevo Adán,  su vida se extiende de un modo armónico a lo largo del tiempo- a través de su perfección moral resplandece su llamado a “ser perfectos como lo es mi Padre que está en los Cielos” Aprended de mi… Su corazón misericordioso y el anuncio del perdón adquieren un significado singular para el hombre que experimenta los vaivenes de la vida y las consecuencias de una libertad herida por el pecado y que de esta manera se encuentra restituido.

4.- Sometiéndose al dolor, la humillación, la tortura y la muerte, con su resurrección Cristo ha dado la verdadera dimensión y sentido a las realidades humanas Es la verdadera sabiduría que buscaban los paganos y el signo rechazado por los judíos que buscaban al Mesías. Por si fuera poco Cristo no solo ha querido manifestarnos su amor al asumir nuestra condición temporal sino que ha querido presentarse como centro, sentido meta y fin de la Historia. Su culmen, alfa y omega donde el hombre encuentra el sentido y la realidad de su existencia. Dios ha salido al encuentro del mismo hombre para ofrecerle su  salvación., A partir de esas razones el hombre puede acoger la invitación de Dios que le pide la aceptación confiada y fiel de la fe. Concluyamos pues con estas bellas y expresivas palabras de la GS 22 Porque Adán, el primer hombre, era figura del que había de venir, es decir, Cristo nuestro Señor, Cristo, el nuevo Adán, en la misma revelación del misterio del Padre y de su amor, manifiesta plenamente el hombre al propio hombre y le descubre la sublimidad de su vocación. Nada extraño, pues, que todas las verdades hasta aquí expuestas encuentren en Cristo su fuente y su corona.

BERRIZBEITIA HERNÁNDEZ, Francisco. La Credibilità  della  Rivelazione  Cristiana. Pontificia Università Gregoriana: Facoltà di Teologia – Dipartimento di Teologia Fondamentale.


[1] IZQUIERDO, C. «Teologia Fundamental», EUNSA, Pamplona  2002, pp. 422-424