Pular para o conteúdo principal
Pular para o conteúdo secundário

Presbíteros Arautos

Presbíteros Arautos

Menu principal

  • Início
  • A Igreja é imaculada e indefectível
  • Sobre

Arquivo diários:9 de dezembro de 2010

Fundamentos da teologia moral

Publicado em 9 de dezembro de 2010 por presbiteros
Responder

Pe. Erick Bernardes Marchel, EP

nouvelle1As fontes da teologia moral são aquelas realidades em que tal ciência se baseia e que seus fundamentos estão alicerçados sobre:

1.1 A sagrada escritura.

O pecado na Bíblia é como uma nota que mantém o tom de uma narração da historia do dialogo de Deus com o homem.

E por ser a palavra de Deus, é a primeira e principal fonte da moral cristã, que ensina ao homem com segurança e sem erro as normas de conduta que Deus estabeleceu, que no Antigo Testamento como no Novo, como prescrições de natureza moral.

Santo Agostinho diz que a Bíblia não é outra coisa do que: “uma série de cartas enviadas por Deus aos homens para exortar-los a viver santamente”. (In Ps. 90; P.L. 37, 1159).

Os livros do Antigo Testamento contem uma abundante terminologia que põe em relevo a rica e penosa significação do término “pecado”. Os vocábulos mais reiterados são três: “hatta´t”, “pesa” e “awon”. (FERNÁNDEZ, 2005, p.1027, tradução nossa[1]).

Disto de deduz que a reta interpretação da Sagrada Escritura não pode ser deixada à livre subjetividade de cada um ou “a adaptar-la aos tempos modernos”.

1.2 A tradição cristã.

É a fonte complementar da Sagrada Escritura, pois, sabe-se que nem todas as verdade reveladas por Deus estão contidas na Bíblia.

Pois muitas delas foram reveladas pelo próprio Cristo, ou por meio dos apóstolos, sob a inspiração do Espírito Santo, e que chegaram até nós por meio da tradição oral.

Esta tradição se manifesta de diversos modos, como podemos ler em Sada e Monroy (1998), e é infalível só quando reconhecida pelo Magistério da Igreja.

Os Padres da Igreja (também chamados Santos Padres): conjunto de escritores dos primeiros séculos da Igreja, que, pela sua antiguidade, doutrina, santidade de vida e aprovação pela Igreja, merecem ser considerados autênticas testemunhas da fé cristã.

Em matéria de Fé e de costumes, não é lícito rejeitar o ensino moralmente unânime dos Padres acerca de uma verdade.

Destacam-se entre eles os chamados quatro Padres orientais: Santo Atanásio, São Basílio, São Gregório Nazianzeno e São João Crisóstomo; e os quatro Padres latinos: Santo Ambrósio, São Jerônimo, Santo Agostinho e Saõ Gregório Magno. (SADA; MONROY, 1998, p.17-18).

1.3 O Magistério da Igreja.

Por meio do qual, por expressa determinação de Cristo, guarda e interpreta a Revelação divina, e tem plena autoridade para impor leis aos homens, com a mesma força que teria se viessem de Deus.

Esta autoridade não é apenas na ordem privada e individual, mas também na ordem pública e social para a interpretação do Direito Natural e Divino, com o atributo de julgar definitivamente em matéria de Fé e moral.

Recentemente o recordou o Episcopado latino-americano, ao dizer que no Magistério da Igreja “encontramos a instância de decisão e interpretação autêntica e fiel da doutrina da Fé e da lei moral”. (III Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, Documento de Puebla, n. 374).

A infalibilidade do Magistério Eclesiástico não incide apenas em questões de Fé, mas também em questões de moral e, dentro desta, não exclusivamente nos princípios gerais, pois vai até as normas particulares e concretas. (SADA; MONROY, 1998, p.18-19).

Esta aclaração é feita, pois, existem correntes que afirmam erroneamente que a lei moral natural não pode ser ensinada infalivelmente pelo Magistério da Igreja, sendo lícito discordar de estes ensinamentos quando existem motivos “justos”. E assim a Igreja teria a potestade de ensinar aquelas verdades morais permanentes reveladas diretamente por Deus.

Pelo contrário, ensina o Concílio Vaticano II que o objecto possível do ensinamento infalível da Igreja não é somente o que se contém explícita ou implicitamente na Revelação, mas ainda tudo o que for necessário para conservar e expor fielmente o depósito revelado.

É fora de dúvida que há algumas normas morais concretas contidas na Sagrada Escritura e na Tradição como permanentes e universais (especialmente o Decálogo), que o Magistério da Igreja pode ensinar de modo infalível[2].

A não aceitação prática de tais normas ou desse ensino, por parte de elevado número de fiéis, não pode ser aduzida para contradizer o Magistério moral da Igreja[3]. (SADA; MONROY, 1998, p.18-19).

1.4 Outras fontes subsidiárias.

Poder-se-ia falar de outras fontes subsidiarias, entre as quais ocupa um lugar eminente a razão natural, que presta um especial e grande serviço à Teologia Moral, realçando a bela harmonia entre as normas da moral sobrenatural contidas na Revelação divina e as de ordem ética puramente natural.

Ensina o Magistério da Igreja que a Revelação e a razão nunca se podem contradizer, e que esta pode prestar valiosos serviços à inteligência para melhor compreender os mistérios da Fé.

Nesta ação racional, destacam-se os filósofos pagãos (Sócrates, Platão, Aristóteles, Sêneca, etc.), os quais, carecidos das luzes da Fé, construíram admiráveis sistemas éticos que quase não têm necessidade de outra reforma que não seja a transposição e elevação à ordem sobrenatural. (SADA; MONROY, 1998).


[1] – “Los libros del AT contienen una abundante terminología que pone en relieve la rica y penosa significación del término “pecado”. Los vocablos mas reiterados son tres: ‘hatta´t’, ‘pesa’ y ‘awon’.”

[2] – (cf. C.I.C, c. 749).

[3] – (cf. C.I.C., nº. 5).

Publicado em Bíblia, Catecismo, Espiritualidade | Com a tag Bíbia, Decálogo, Moral no Magistério, Padres da Igreja, pecado, Sada Monroy, Sagrada Escritura, Teologia Moral, Tradição, Tratado Teologia Moral | Deixe uma resposta

Siga os Arautos do Evangelho no Twitter

dezembro 2010
S T Q Q S S D
 12345
6789101112
13141516171819
20212223242526
2728293031  
« nov   jan »

Posts recentes

  • Amor e holocausto
  • Documentos basilares para o estudo da formação dos seminaristas
  • Vocação Universal à Santidade
  • A Solenidade de Pentecostes
  • Papel da espera, até a vinda do Espírito Santo

Comentários

  • Sistema Primavera em A Igreja é imaculada e indefectível
  • Igor De Lazari em “Catecismo” do escrupuloso
  • Igor De Lazari em “Catecismo” do escrupuloso
  • Marcela em “Catecismo” do escrupuloso
  • Mariana em “Catecismo” do escrupuloso

Categorias

  • Bíblia
  • Catecismo
  • CNBB
  • Congregação para o Clero
  • Cristologia
  • D. Mauro Piacenza
  • D. Odilo Pedro Scherer
  • Direito Canônico
  • Espiritualidade
  • Filosofia
  • Igreja
  • Liturgia
  • Lumen Veritatis
  • Mons. João S. Clá Dias
  • Moral
  • Nossa Senhora
  • Nova Evangelização
  • Papa Bento XVI
  • Papa Francisco I
  • São Tomás de Aquino
  • Sem categoria
  • Uncategorized

Arquivos

  • agosto 2014
  • julho 2014
  • junho 2014
  • maio 2014
  • abril 2014
  • março 2014
  • fevereiro 2014
  • janeiro 2014
  • dezembro 2013
  • novembro 2013
  • outubro 2013
  • setembro 2013
  • agosto 2013
  • julho 2013
  • junho 2013
  • maio 2013
  • abril 2013
  • março 2013
  • fevereiro 2013
  • janeiro 2013
  • dezembro 2012
  • novembro 2012
  • outubro 2012
  • setembro 2012
  • agosto 2012
  • julho 2012
  • junho 2012
  • maio 2012
  • abril 2012
  • março 2012
  • fevereiro 2012
  • janeiro 2012
  • dezembro 2011
  • novembro 2011
  • outubro 2011
  • setembro 2011
  • agosto 2011
  • julho 2011
  • junho 2011
  • maio 2011
  • abril 2011
  • março 2011
  • fevereiro 2011
  • janeiro 2011
  • dezembro 2010
  • novembro 2010
  • outubro 2010
  • setembro 2010
  • agosto 2010
  • julho 2010
  • junho 2010
  • maio 2010
  • abril 2010
  • março 2010
  • fevereiro 2010
  • janeiro 2010
  • dezembro 2009
  • novembro 2009
  • outubro 2009
  • setembro 2009
  • agosto 2009
  • julho 2009
  • junho 2009

RSS Gaudium Press

  • O que distingue um discípulo de Jesus? 18 de maio de 2025
    O que distingue um discípulo de Jesus? Os milagres e prodígios operados pelos apóstolos também os identificavam como seguidores de Cristo, mas não era o aspecto principal. O Divino Mestre quis que eles fossem reconhecidos pelo cumprimento do mandamento novo. The post O que distingue um discípulo de Jesus? appeared first on Gaudium Press.

Tags

  • anjos
  • Ano Sacerdotal
  • aquinate
  • aquinense
  • Aristóteles
  • beleza
  • bem comum
  • Bento XVI
  • Bíblia
  • ciência e Fé
  • Cláudio Hummes
  • contemplação
  • Direito Canônico
  • Doutor Angélico
  • Espírito Santo
  • etica
  • Eucaristía
  • Família
  • fundadores
  • Fé e razão
  • inteligência
  • Jesus Cristo
  • joao cla dias
  • lei natural
  • leis
  • Liturgia
  • Lumen Veritatis
  • Maria
  • menino jesus
  • Mons. João
  • Moral
  • Natal
  • oração
  • pecado
  • Presbíteros
  • Pulchrum
  • quaresma
  • relativismo
  • Sacerdócio
  • santo tomas
  • sao tomas
  • Suma Teológica
  • São Tomás de Aquino
  • vaticano II
  • via pulchritudinis

Spam Blocked

27.040 spams bloqueados pelo Akismet

Visitas

contador free
Orgulhosamente mantido com WordPress