O Homem deve temer a Deus??!!!

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O Temor de Deus é um dos sete dons do Espírito Santo, disposições permanentes que tornam o homem dócil para seguir as inspirações divinas. (cf. CIC 1831) São Paulo enumera também, entre os frutos do mesmo Espírito, o amor. (Gal 5, 22) Logo, tendo o amor e o temor de Deus a mesma origem, não pode haver entre eles qualquer incompatibilidade pois, nem o amor pode excluir o temor, nem o temor excluir o amor, tornando-se fundamental e mesmo uma exigência para todos que desejem trilhar os caminhos de Deus com todo o coração e com toda a alma” (cf. Dt 10, 12) não se compreendendo um santo sem amor de Deus, nem o temor necessário a fim de se completar a obra da santificação. (cf. 2Cor 7, 1)

 

Na linguagem bíblica o “temor” de Deus não é sinónimo de terror tratando-se de algo inteiramente diferente que encontra eco nas palavras de Bento XVI: “O Temor de Deus é o sentido de responsabilidade que devemos ter, pela história que somos, contribuindo deste modo para a justa edificação do mundo e para a vitória do bem e da paz.” (Adapt. Castel Gandolfo, 15/08/06) Graças a ele “não temos receio do mundo nem de todos os problemas, não temos medo dos homens, porque Deus é mais forte.” (Audiência Geral 11 de Maio de 2005)

 

            Analisando o papel do amor e do temor de Deus na história da Igreja, verificamos um equilíbrio entre ambos que verdadeiramente estimulou os fiéis e que levou Santo Hilário, Bispo do século IV, a dizer: “Todo o nosso temor está no amor”. Esta piedade, profundamente equilibrada, reflectiu-se na oratória sagrada, na arte e na literatura religiosa. Entretanto, o jansenismo veio trazer uma visão do temor que o acentuou até ao exagero e ao delírio. Os que a ele aderiam passavam a ser dominados por angústias e escrúpulos. Receosos da severidade do Divino Juiz, aproximavam-se cada vez menos do sacramento da reconciliação e da comunhão por se acharem indignos. Reagindo contra este exagero, santos, teólogos, pregadores e escritores insistiram à porfia no papel do amor. Inútil é dizer quantos tesouros de graça, de sabedoria teológica e pastoral, de beleza artística, foram assim engendrados na Santa Igreja, pelo que esta tinha de mais representativo e melhor.

Consideremos a realidade dos dias de hoje: De que lado está o exagero? Do lado do amor ou do lado do temor? Talvez o homem contemporâneo não “peque” pelo excesso, nem do amor, nem do temor. Muito pelo contrário, muitos parecem não se incomodar muito com Deus, quer para O amar, quer para O temer.

 

Nesta carência de amor e de temor, o remédio parece estar em atrair os homens para ambos, pois o temor é o reconhecimento do mistério da transcendência divina estando na base da fé ao mesmo tempo que “ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor, nada sou.” (1Cor 13, 2)

 

Diác. José Victorino de Andrade, EP

Evangelização da Juventude e Integração Familiar

A formação dos jovens nos nossos dias

familias“Se Cristo lhes for apresentado com o seu verdadeiro rosto, os jovens reconhecem-No como resposta convincente e conseguem acolher a sua mensagem, mesmo se exigente e marcada pela Cruz” (Novo Millennio Ineunte, 9).

Este anúncio deve ter como base formativa, não só a segurança doutrinária do Catecismo da Igreja Católica, mas, sobretudo, a reconciliação no Sacramento e o alimento do Pão e da Palavra, a fim de poderem ser eles o sal da terra e luz do mundo e caminharem com segurança ao encontro de Jesus, Caminho, Verdade e Vida.

            A Eucaristia deve ser, pois, o ponto central e culminante que os introduzi no mistério Pascal e faz perseverar, pelo omnia possum in Eo qui me confortat (Fil. 4, 13).

Trata-se, assim, de permitir que os jovens recebam uma formação sólida e integral, fundada nos princípios da ética cristã e, portanto, da dignidade fundamental do ser humano, criado à imagem e semelhança de Deus. Eles poderão então encontrar um caminho de desenvolvimento pessoal, moral e espiritual, e serão cada vez mais capazes de assumir no presente e no futuro a sua missão na sociedade, tendo a preocupação permanente de promover o respeito pela dignidade humana através das suas diferentes expressões, quer seja nos campos da política, da economia ou mesmo da bioética.

            Porém, neste labor evangelizador não poderá estar olvidada a Integração Familiar porque “…a sociedade não pode perder a referência àquela «gramática» que cada criança aprende dos gestos e olhares da mãe e do pai, antes mesmo das suas palavras.” (Bento XVI – Dia Mundial da Paz 2008 e Discurso à embaixadora Ucrânia adapt.)

A Família, uma Igreja Doméstica

“A unidade familiar, dom de Deus-Amor, pode fazer da família um verdadeiro ninho de amor, um lar acolhedor da vida e uma escola de virtudes e de valores cristãos para os filhos.” (Bento XVI Encontro Focolares 3/11/2007) O Concílio Vaticano II voltou-se com particular solicitude para os problemas do apostolado nos nossos dias e, considerou acuradamente o papel da família no mundo contemporâneo: “Deve-se reservar a essa comunidade uma solicitude privilegiada […] Como a experiência ensina, a civilização e a solidez dos povos dependem, sobretudo, da qualidade humana das próprias famílias. Assim, a acção apostólica em favor da família adquire um valor social incomparável. A Igreja, por sua parte, está profundamente convencida disso, bem sabendo que ‘o futuro da humanidade passa através da família’” (Christifideles laici, 35, 36).

Desta forma, deverá ser posta a serviço da comunidade eclesial, um empenho redobrado, pois, conforme disse João Paulo II no encontro com os movimentos eclesiais e novas comunidades: “No nosso mundo com frequência dominado por uma cultura secularizada, que fomenta e difunde modelos de vida sem Deus, a fé de muitos é posta à dura prova e, não raramente, é sufocada e extinta. Percebe-se, então, com urgência a necessidade de um anúncio forte e de uma sólida e aprofundada formação cristã”. (27/05/1998)

            A veneração a Pedro na pessoa do Santo Padre e aos Pastores a ele unidos e um forte desejo de ir ao encontro das necessidades da Igreja, expressas nos documentos do magistério, tendo sempre a Maria por Estrela da Nova Evangelização, ensina-nos a formar o jovem e a família com base na doce e exigente lei do Amor.

 

 

VICTORINO DE ANDRADE, José. Evangelização da Juventude e Integração Familiar: Aportes ao Conselho de Coordenação da Formação do Patriarcado de Lisboa. (Adaptado da carta resposta) 11 de jan. 2008.

El Pan de Vida

“Concédenos, Dios todopoderoso,
“que de tal manera saciemos
“nuestra hambre y nuestra sed en estos sacramentos,
“que nos transformemos en lo que hemos recibido.
Por Jesucristo, nuestro Señor”.

En esta oración post-comunión de la XXVII semana del tiempo ordinario, está dicho con precisión teológica y sencillez de expresión, la meta del misterio Eucarístico.
Transformarnos en Cristo: he ahí el objetivo de la Eucaristía.
En el capítulo VI de su Evangelio, San Juan nos relata el sermón Eucarístico de Jesús, cuando Él se revela como pan vivo bajado del cielo para ser comido y garantizar así la resurrección y la vida eterna. Ese anuncio chocó profundamente a muchos discípulos que a partir de ese momento le dejaron definitivamente ¿¡Cómo puede ser eso de comer el cuerpo y beber la sangre del Maestro!? Otros, como los apóstoles, fueron confirmados en su vocación.
En esta declaración y en su posterior concretización durante la última Cena y el Calvario (que son un mismo misterio), está expresado todo el amor infinito y la intención salvífica de Jesús.
Es que la comida de este pan, es muy distinta de cualquier otro pan o alimento humano. O inclusive del propio maná prodigioso del desierto.
Analicemos. El hombre viviente mata primero lo que ha de comer e incorpora después a su vida humana la materia inerte que ingirió. Mata animales, cuece al fuego la comida, deglute plantas o frutas y todo eso, perdiendo su forma original, es ingerido e incorporado al organismo racional de quien los comió. Si los manjares tuvieran conciencia, se enorgullecerían, pues el hombre humaniza y espiritualiza la materia que lo sustenta.
En la comunión del Pan de Vida es al revés. Ese pan no es materia inerte sino viva. Es el Verbo de Dios hecho hombre que se hace alimento para ser comido. Y cuando lo comemos, no lo transformamos en vida humana, como a los demás alimentos que ingerimos, sino que nos Él transforma a nosotros en divinos. Él no se hace uno con nosotros sino que nos hace uno con Él, asimilándonos y convirtiéndonos en miembros de su cuerpo que es la Iglesia.
Recordemos que al comulgar, no recibimos a Jesús muerto sino a Jesús resucitado, vivo. Si fuese el cuerpo difunto del Salvador, le estaríamos dando vida en nuestro recuerdo, en nuestro amor o en nuestro organismo. Cuando recordamos a nuestros seres queridos en el aniversario de su muerte, por ejemplo, de alguna manera les damos vida en nuestro corazón.
Con Jesús no es así. Él está vivo y nos transforma comunicándonos su vida superior.
¡Qué prodigio de bondad es la Eucaristía que de esta forma nos diviniza! ¡Y qué locura dejar de celebrar, dejar de comulgar, para saciarnos de cosas terrenales corruptibles y hasta nocivas!
La comunión es alimento, es remedio, es misterio transformador y creador.

Souffrir passe, avoir souffert ne passe pas!

En la biblioteca de la casa Madre de los Heraldos del Evangelio en Sao Paulo me deparé, hace ya algunos años, con un pequeño libro de piedad que trataba sobre el sufrimiento. Tenía un formato tipo devocionario, era en francés  y creo que databa del siglo XIX.
Es de ese tipo de libros que han ido desapareciendo de muchas bibliotecas de seminarios y casas de espiritualidad por estar fuera de moda. En efecto, la presentación un tanto fuera de moda, y, más que nada, la materia que trataba, no es del agrado de una cierta mentalidad moderna que, entretanto, está cada vez más sedienta de mucha cosa que  arbitrariamente fue poniendo de lado…
Ignoro si el tal libro, cuyo autor y título no guardé en la memoria, está todavía en nuestra biblioteca.
Recuerdo que su lectura me interesó bastante y me hizo un considerable bien espiritual. En la ocasión, tomé algunas notas copiando una meditación que dejo aquí, en su idioma original, para el beneficio de algún lector que aprecie la lengua y, sobretodo, el tema
Tengo conciencia que el meditar sobre el sufrimiento es siempre apropiado y especialmente en este año sacerdotal, dado que el sacerdote inmola en el altar al Señor y, al mismo tiempo, se inmola con Él, como oportunamente fue recordado en una nota publicada en este mismo “site” unos días atrás bajo el título: “Todo sacerdote debe ser una víctima”.
Sin más preámbulo, paso a transcribir la meditación, cuyas notas guardo con cariño:

Une âme qui souffre dans le pur amour-et sans se regarder- est plus utile à l´Eglise militante et au monde entier qu´aux heures de son apostolat le plus éclatant. On rachète les àmes en mourant pour elles. Ce n´ait ni par ses paroles, ni par ses miracles que Jésus a sauvé le monde, mais en donnant sa vie.
La souffrance est sanctificatrice et achève ici-bas notre suprême configuration au Christ: Dieu forme les saints en les identifiant au Crucifié.
Dans le plan de Dieu la souffrance est d´abord expiatrice et reparatrice. Par elle l´homme coupable rachète ses fautes et celles de ses frères.
La souffrance est aussi purificatrice: elle nous détache des joies fugitives et mensongères du péché. L´âme élevée au-dessus de la terre come le Christ au Golgotha, se tourne vers le ciel, se séparant de tout ce qui n´est pas Dieu!
La souffrances est méritoire et corédemptrice: “J´accomplis dans ma chair ce qui manque à la Passion du Christ pour son corps qui est l´Eglise” (Colossiens, I, 24).
La souffrance enfin est divinatrice: “Il n´y a pas de proportion entre les souffrances de la vie présente et le poids d´éternelle gloire” (Romains VIII, 18; II Cor. IV, 17), qui en sera la récompense dans la visión de la Trinité.
Se laisser crucifier c´est se laisser diviniser. Quells sont les saints du paradis qui regrettent d´avoir souffert? Souffrir passé, avoir souffert ne passé pas!

Pienso que en otro idioma, estas ideas tan sencillas y a la vez tan sublimes, perderían algo de su nervio vital, expresadas como están con esa precisión y belleza. Por eso no quise traducirlas corriendo el riesgo de pasar por pedante.