A Igreja, presença de Cristo na Terra

montrealEnsina-nos o Catecismo da Igreja Católica (788) sobre Nosso Senhor Jesus Cristo que “quando a sua presença visível lhes foi tirada, Jesus não deixou órfãos os discípulos. Prometeu-lhes ficar com eles até ao fim dos tempos, e enviou-lhes o seu Espírito”.

 

Essa permanência de Cristo sobre a Terra verifica-se de modo maravilhoso na sua Igreja.

 

A Igreja é, nos planos de Deus, o centro da História. É a Esposa Mística de Cristo, que Ele ama com amor único e perfeito, e à qual quis sujeitar todas as criaturas. Claro está que o Esposo nunca abandona a Esposa, e que é sumamente cioso da glória d’Ela. Assim, na medida em que seu elemento humano se conserva fiel a Nosso Senhor Jesus Cristo, a Igreja nada deve temer. Até as maiores perseguições servirão à sua glória (CORRÊA DE OLIVEIRA, 2002b)

Assim, como dizíamos pouco acima, não se deve recear de identificar a esta instituição com a própria pessoa de Cristo. Pois, “em nome de Cristo, a Igreja exerce entre os povos o duplo poder do sacerdócio e da realeza. […] Sua missão espiritual confunde-se com o fim da Encarnação redentora” (PHILIPPON, 1959: 231-234). “Seu objetivo consiste em exercer seu poder espiritual direto e seu poder temporal indireto, para a salvação das almas” (CORRÊA DE OLIVEIRA, 2002a: 45), E continua o mesmo autor definindo-a como “Mestra infalível da verdade, tutora da Lei Natural e, assim, fundamento último da própria ordem temporal (CORRÊA DE OLIVEIRA, 2002a: 144). E, a esse propósito, continua o Catecismo (788-789):

“A comunhão [da Igreja] com Jesus tornou-se, de certo modo, mais intensa: ‘Comunicando o seu Espírito aos seus irmãos, por Ele reunidos de todas as nações, constituiu-os seu Corpo Místico’ (Lumen Gentium, 7). A comparação da Igreja com um corpo lança uma luz particular sobre a ligação íntima existente entre a Igreja e Cristo. Ela não está somente reunida à volta d’Ele: está unificada n’Ele, no seu Corpo. Na Igreja, Corpo de Cristo, são de salientar mais especificamente três aspectos: a unidade de todos os membros entre si, pela união a Cristo; Cristo, Cabeça do Corpo; a Igreja, Esposa de Cristo”.

 MONTOJO MAGRO, Ignacio et all. O fundamento teológico da eficácia dos sacramentais. Centro Universitário Ítalo Brasileiro – Curso de Teologia. São Paulo, 2009. p.33

Bibliografia

CATECISMO da Igreja Católica. 11. ed. São Paulo: Loyola, 2001.

CORRÊA DE OLIVEIRA. Revolução e Contra-Revolução. São Paulo: Retornarei, 2002.
 ______. Princípio e fundamento. Dr. Plinio. São Paulo: Retornarei, n. 52:  4, jul. 2002.
PHILIPON, M. M. Os sacramentos na vida cristã. Rio de Janeiro: Agir, 1959. 

 

Papa lembra dificuldades dos missionários

angelusBento XVI – Angelus, 18 de Outubro 2009

Dia Mundial das Missões

 

No mês de Outubro, especialmente neste Domingo, a Igreja universal coloca em relevo a peculiar vocação missionária. Guiada pelo Espírito Santo, ela sabe ser chamada a prosseguir a obra do próprio Jesus, anunciando o Evangelho do Reino de Deus, que “é justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14, 17). Este Reino está já presente no mundo como força de amor, de liberdade, de solidariedade, de respeito pela dignidade de todos os homens, e a Comunidade eclesial sente imprimir-se no coração a urgência de trabalhar, a fim de que a soberania de Cristo se realize plenamente. Todos os seus membros e articulações cooperam em tal projecto, segundo os diversos estados de vida e os carismas. Nesta Jornada Missionária Mundial, quero recordar os missionários e as missionárias – sacerdotes, religiosas, religiosos e leigos voluntários – que consagram a sua existência a levar o Evangelho ao mundo, afrontando também transtornos e dificuldades e, por vezes mesmo verdadeiras e próprias perseguições. Penso, entre outros, no Pe. Ruggero Ruvoletto, sacerdote fidei donum, morto recentemente no Brasil…

 

Tradução minha do “Bollettino della Sala Stampa della Santa Sede  del 18.10.2009”.

 

http://www.vatican.va/news_services/press/index_it.htm

 

“Hacer poco, no hacer nada y hacer daño”: Meditación oportuna para quien quiera hacer algo bueno.

Mucho bien se puede y se debe hacer. Es una obligación hacer buenas obras. Ya el apóstol Santiago nos enseña que la fe sin obras no cuenta.
Pienso en el caso de un celoso ministro de Dios que quiera trabajar en este Año Sacerdotal con constancia y fecundidad en la conversión de las almas y en la regeneración de la sociedad, elaborando para ello sabios planes de acción. Sabios en la teoría y sabios en la ejecución.
Lo poco que pueda hacer tendrá ciertamente mucho valor, porque viendo cuanto el mal se proclama y se realiza en el mundo de hoy, nunca será suficiente hacer pesar en la balanza el peso de las buenas obras que tanto escasean. Las hay, sí. Pero muy localizadas y sofocadas. Manos a la obra: es preciso trabajar!
Entretanto… no es la acción lo que más pesa en la economía divina cuando se trata de computar méritos. No es la acción, es la oración. Nos lo dice magistralmente San Juan  de la Cruz, con su insuperable pluma de doctor y literato.oracao
“Adviertan aquí los que son muy activos que piensan ceñir el mundo con sus predicaciones y obras exteriores, que mucho más provecho harían a la Iglesia y mucho más agradarían a Dios –dejando aparte el buen ejemplo que de sí darían- si gastasen siquiera la mitad de ese tiempo en estarse en oración con Dios.
Cierto, entonces harían más y con menos trabajo con una obra que con mil, mereciéndolo su oración y habiendo cobrado fuerzas espirituales, porque de otra manera, todo es martillar y hacer poco más que nada, y a veces nada y aún a veces daño…”
¡Atención a los predicadores, y mentores de obras exteriores…necesarias!

Relação da Igreja com a sociedade temporal

igrejaMons. João Scognamiglio Clá Dias

Afirmar que Cristo é o centro da História equivale a dizer que a Igreja, Seu Corpo Místico, igualmente o é. O desenrolar histórico está, pois, condicionado à aceitação ou rejeição da Igreja pela sociedade, uma vez que a verdadeira ordem, conforme à Lei Natural, só é mantida estavelmente quando os homens correspondem à graça divina (LG, 17). Sem o auxílio desta, as civilizações decaem vertiginosamente, atingindo as piores aberrações morais. E não é preciso esquadrinhar os documentos já envoltos na poeira do tempo para comprovar tal realidade. Basta-nos constatar a situação moral do mundo hodierno.

A título ilustrativo, mencionemos um fenômeno social nunca antes verificado na História da humanidade: o enfraquecimento da instituição da família, monogâmica e indissolúvel, e a generalização das uniões livres. Que conseqüências terá para a civilização esta mudança tão profunda na base da sociedade?

Os Papas, ao alertarem os cristãos para os graves riscos dessa crise moral, não deixaram de relembrar, ao mesmo tempo, que o verdadeiro sustentáculo da civilização é a Igreja:

A prosperidade dos povos e das nações vem de Deus e de Suas bênçãos. (…) É a religião que produz concórdia e afeição entre marido e esposa, amor e reverência entre os pais e seus filhos; que faz os pobres respeitarem as propriedades dos outros, e faz com que os ricos façam um uso justo de sua riqueza. Desta fidelidade ao dever, e deste respeito pelos direitos dos outros vem a ordem, a tranqüilidade, e a paz, que formam uma parte tão importante da prosperidade de um povo e de um Estado. (Leão XIII, Dall’Alto Dell’Apostolico Seggio, n. 12).

Muitas outras citações do Magistério da Igreja se poderiam aqui mencionar, confirmando esta verdade, como esta de São Pio X:

 [A civilização] é tanto mais verdadeira, mais durável, mais fecunda em frutos preciosos, quanto mais puramente cristã; tanto mais decadente, para grande desgraça da sociedade, quanto mais se subtrai à idéia cristã. Por isto, pela força intrínseca das coisas, a Igreja torna-se também de fato a guardiã e protetora da Civilização Cristã. (São Pio X, Il Fermo Propósito, de 11/6/1905, Bonne Presse, Paris, vol. II, p. 92)

Já no meio-dia do século XX, o Concílio Vaticano II uma vez mais insistia na necessidade de que o mundo hodierno endireitasse suas vias se quisesse colher os frutos de um verdadeiro progresso cultural. Pois, este, furtando-se à solicitude retificadora da Igreja, acabaria desviando-se de sua própria finalidade que é a elevação do espírito humano:

A boa nova de Cristo renova continuamente a vida e a cultura do homem decaído e combate e elimina os erros e males nascidos da permanente sedução e ameaça do pecado. Purifica sem cessar e eleva os costumes dos povos. Fecunda como que por dentro, com os tesouros do alto, as qualidades de espírito e os dotes de todos os povos e tempos; fortifica-os, aperfeiçoa-os e restaura-os em Cristo. Deste modo, a Igreja, realizando a própria missão, já com isso estimula e ajuda a cultura humana, e com a sua atividade, incluindo a liturgia, educa o homem à liberdade interior (GS, 58).

 

DIAS, João Scognamiglio Clá. Considerações sobre a gênese e o desenvolvimento do movimento dos Arautos do Evangelho e seu enquadramento jurídico, 2008. Tese de Mestrado em Direito Canônico — Pontifício Instituto de Direito Canônico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008. p. 15-16.

O descontrole das paixões na desconsideração da alma

povoDiác. José Victorino de Andrade, EP

A valorização da estética humana, de maneira sensual e desregrada, fruto muitas vezes de modelos impostos pela mídia e por um egocentrismo excessivo, resulta em toda a espécie de sacrifícios físicos e de abstenções, que repugnam ao homem enquanto penitência e mortificação, próprias a uma necessidade espiritual ou a um determinado período litúrgico, mas valorizadas e muitas vezes levadas a extremos para se chegar a um determinado padrão de exigência em nossa sociedade. Tome-se como exemplo os abundantes casos de anorexia e fenômenos discriminatórios, cuja reivindicação de uma determinada aparência conotada como “bela” leva a regimes e a atitudes perigosas para o normal funcionamento do organismo humano.

Por outro lado, surge também o campo dos excessos. A desregrada satisfação dos sentidos leva a cometerem-se abusos que levam a um mero sentimento, desenfreado e vicioso, jamais satisfatório, porque o corpo parece nunca saciar-se, reflexo da insaciabilidade da alma enquanto não repousa em Deus. João Paulo II alertou os jovens a este respeito:

[…]vos encontrais no período maravilhoso e delicado, em que a vossa realidade biopsíquica cresce até à maturação perfeita para serdes capazes, física e espiritualmente, de enfrentar as alternativas da vida nas suas mais desvairadas exigências. Temperante é aquele que não abusa dos alimentos, das bebidas e dos prazeres; que não toma desmedidamente bebidas alcoólicas; que não se priva da consciência mediante uso de estupefacientes ou drogas. Em nós podemos imaginar um “eu inferior” e um “eu superior”. No nosso “eu inferior” exprime-se o nosso “corpo” com as suas carências, os seus desejos, as suas paixões de natureza sensível. A virtude da temperança garante a cada homem o domínio do “eu superior” sobre o do “inferior”. Trata-se, talvez, neste caso, de humilhação, de diminuição para o nosso corpo? Pelo contrário! Esse domínio valoriza-o, exalta-o. […]

Refleti bem nisto, vós jovens, que estais precisamente na idade em que tanto se estima ser belo ou bela para agradar aos outros! Um jovem e uma jovem devem ser belos primeiramente e sobretudo interiormente. Sem tal beleza interior, todos os outros esforços que só tenham o corpo por objeto não farão — nem dum jovem nem duma jovem — uma pessoa verdadeiramente bela.[1]

Parece que o papel de uma alma virtuosa, como fator até de beleza e atração, ficou relegada a um segundo plano, talvez reflexo de uma superficialidade que não olha para o conteúdo e para a profundidade das coisas, mas que se deixa levar por considerações e sentimentos primários, onde a inteligência é dominada pelas outras potências e a sensibilidade se torna rainha e senhora do nosso ser. Desconsidera-se que uma alma temperante e que procura a santidade tem uma beleza que lhe vem do mais profundo do seu ser, refletindo-se na própria fisionomia e temperamento, enquanto que aquela que é escrava das paixões e vive no pecado, influencia o próprio organismo, bastando observar um pouco a degradação e a fragilidade humana daqueles e daquelas que vivem na luxuria, na dependência e no vicio, inclusive com notório envelhecimento precoce e enrudecimento comportamental…

[1] João Paulo II. Encontro com os Jovens na Basílica Vaticana. 22 de Novembro de 1978


La Iglesia es misionera por constitución divina

missao

 

José Manuel Jiménez Aleixandre, EP

 
Hasta finales del siglo XIX se consideraba dos tipos de territorios, en el orbe universo.
De un lado los “territorios de cristiandad” donde la Iglesia estaba establecida, con diócesis y todos los organismos de gobierno. En estos territorios la mayoría de la población estaba constituida por católicos ‑ más o menos practicantes ‑, y esto hacía que el surgimiento de vocaciones para el sacerdocio y para la vida consagrada era suficiente para atender a todos los fieles e incluso para que algunos saliesen a llevar a otros pueblos la buena noticia del Evangelio, de la Verdad, de la Iglesia, de modo que todos pudiesen “abrazarla y seguirla”.

Por otra parte estaban los “tierras de misión”, donde la mayoría de la población no era católica, no existía jerarquía establecida, o esta era constituida por clérigos venidos de otros países. La ausencia total o el pequeño número de vocaciones locales hacía que, para la conversión y evangelización de esos pueblos fuese necesario enviar misioneros¸ Evangelii praecones, sacerdotes, religiosos y religiosas, e incluso algunos laicos, que dedicaban sus vidas, o al menos parte de ellas, a la propagación del reino de Cristo, a la salus animarum de aquellos que in tenebris et in umbra mortis sedent, a fin de inluminare… ad dirigendos pedes in viam pacis”[1], como cantó Zacarías a respecto de aquel gran heraldo del Evangelio que fue San Juan Bautista: misionero y mártir.

El Concilio juzgo un deber llamar la atención de los católicos al hecho de que todos somos misioneros. Por vocación divina recibida en el bautismo. La Iglesia es, toda Ella, misionera. Y la misión ad gentes hace parte de su constitución divina: Euntes in mundum universum…”[2].

Con agudeza analiza el P. Julio García Martin CFM[3]:

Il concilio ecumenico Vaticano II ha affermato chiaramente e proclamato solennemente che la Chiesa per sua natura è missionaria[4]. Il Codice di diritto canonico ha recepito questa dottrina determinando che il popolo di Dio è la Chiesa cui Dio ha affidato una missione da compiere nel mondo[5]… La legislazione ecclesiastica nel corso dei secoli è stata riformata per rispondere fedelmente alla sua missione. Pertanto la novità della legislazione attuale riguarda sia la natura della Chiesa come popoli di Dio sia la sua missione.

[1] Cf. Lc 1, 79.

[2] Mc 16, 15.

[3] “L’Azione missionaria nel Codex Iuris canonici”, Ediurcla, Roma, 2005, 2º ed., p. 47.

[4] Nota del texto original: Conc. Ecum. Vaticano II, cost. Dogm. Lumen gentium, 17; decr. Ad gentes, 2, 35. La suddetta espressione tottavia non èmolto frequente, cfr. Ochoa, X., Index verborum cum documentis concilii Vaticani II, Romae 1966.

[5] Nota del texto original: Can 204, § 1. Il can. 781 riprende gli stessi principi.


La «Nouvelle Théologie»

nouvelle1                                                 Pe. José Francisco Hernández Medina, EP

 

      Il periodo tra le due grande guerre mondiali, è stato segnato per la Francia ed anche per la Germania da un notevole sviluppo della teologia, particolarmente di quella cattolica.

      Diversi fattori hanno influenzato questo fatto. In concreto, l’ambiente spirituale e culturale  dominante, in quest’epoca, ed anche le ripercussioni delle impostazioni intellettuali iniziate nei decenni precedenti, o apparsi anche in quest’epoca, come la filosofia di Blondel o il rinnovamento tomista, sia nella linea Maréchal come in quella di Maritain.

      Senz’altro che la crisi modernista e la pubblicazione della enciclica Pascendi, hanno segnato l’inizio della storia teologica del XX secolo. Anzi, questi fattori hanno «imposto», per così dire, la «riforma della teologia».

Le due scie più significative in questo periodo  provengono proprio dalla Francia e da due istituti religiosi: l’Ordine dei Predicatori e la Compagnia di Gesù[1].

      Comune denominatore di queste correnti è quello di “rinnovare la teologia”, dopo la crisi modernista, cercando di superare la dialettica storia e dogma, «dialogando» con la scienza, in continuità con la teologia classica.

La prima reazione dei mezzi ecclesiastici, nei confronti di questa nuova teologia, è stata di considerarla semimodernista, tendente al relativismo filosofico e dogmatico ed al soggettivismo in nome della esperienza religiosa.

Il termine «Nouvelle Théologie» è l’espressione utilizzata dal commentatore d’ufficio sul L’Osservatore Romano, Pietro Perente, in occasione della inserzione di alcuni libri di Chenu e di Charlier nell’Indice dei libri proibiti[2].

La controversia sulla Nouvelle Théologie si svolse in due fasi: prima, 1938-1946, provocata dalla pubblicazione dei libri dei teologi domenicani Chenu e Charlier. La seconda, 1946-1948, dove più espressamente si parla di Nouvelle Théologie, si svolge soprattutto tra teologi domenicani (Labourdette e Garrigou-Lagrange) e gesuiti (Daniélou, de Lubac, Bouillard, Fessard e von Balthasar). 

      La enciclica Humani Generis, pubblicata da Pio XII il 12 agosto del 1950, aveva molto a che fare con il processo di rinnovamento teologico, del quale i teologi della Nouvelle Théologie ne costituivano l’elemento più significativo.

Infatti, come quasi tutti raccontano nelle loro memorie, scritte tempo dopo, la enciclica disperde coloro che a Le Saulchoir e a Fourvière si erano fatti promotori di una teologia del rinnovamento. Chenu stesso lo racconta nella sua intervista a Jacques Duquesne: «Al nostro piccolo collegio di lavoro non restava altro che chiudere i battenti […] L’atmosfera diventava irrespirabile»[3].

      Con la salita di Angelo Roncalli al soglio pontificio (1958-1963) molte cose cambiano. A questo riguardo Congar scrive:

Giovanni XXIII, in meno di qualche settimana, e in seguito il concilio hanno creato un clima ecclesiale nuovo. L’apertura maggiore è venuta dall’alto. Di colpo, delle forze di rinnovamento che stentavano a manifestarsi apertamente potevano svilupparsi[4].

          Questo è il panorama con il quale ci troviamo, fino agli inizi  del Concilio Ecumenico Vaticano II.  

  HERNÁNDEZ MEDINA, José Francisco. La «Nouvelle Théologie». Università Gregoriana.

 Teologie del XX secolo (Prof. Carmelo Dotolo). Roma, 24 Maggio 2008. 

 


  [1] J.L. Illanes – J.I. Saranyana, Historia de la Teología, 344.

 [2] R. Gibellini, La teologia del XX secolo, 177.

 [3] R. Gibellini, La teologia del XX secolo, 183.

 [4] Ibid., 184.

A importância do Pulchrum na Evangelização

600x800-marMons. João Scognamiglio Clá Dias

No primeiro capítulo do Gênesis, contemplamos a Deus criando as maravilhas do universo ao longo de seis dias, e a cada entardecer, antes da noite, exclama o narrador: “E viu Deus que isso era bom” (Gn 1, 25). Ao concluir todas as maravilhas, “viu Deus tudo o que tinha feito, e tudo era muito bom” (Gn 1, 31). E o Livro dos Salmos canta: “Como são magníficas tuas obras, Senhor!” (Sl 91, 6). “Fizeste-as todas com sabedoria!” (Sl 103, 24).

Esta formosura de todo o universo criado é particularmente atraente para o homem. A beleza — o pulchrum, segundo a expressão latina, definido pela filosofia escolástica como o “esplendor da verdade” ou o “esplendor do bem” — atrai o homem. “Em virtude do próprio fato da criação, todas as coisas possuem consistência, verdade, bondade e leis próprias”.[1] O homem é chamado a degustar, apreciar e admirar essa maravilha que a ordem da criação lhe apresenta.

Nossa época, mais do que qualquer outra, tem necessidade desse conhecimento e dessa sabedoria:

Finalmente, a natureza espiritual da pessoa humana encontra e deve encontrar a sua perfeição na sabedoria, que suavemente atrai o espírito do homem à busca e ao amor da verdade e do bem, e graças à qual ele é levado por meio das coisas visíveis até as invisíveis […] Está ameaçado, com efeito, o destino do mundo, se não surgirem homens cheios de sabedoria […] Pelo dom do Espírito Santo, o homem chega a contemplar e saborear, na fé, o mistério do plano divino.[2]

A contemplação amorosa de Deus e das criaturas desabrocha no desejo de comunicá-la aos outros, de evangelizar, como ressaltava o Concilio:

O amor para com Deus e para com os homens é a alma de todo apostolado.[3]

Assim, a consideração do universo sobrenatural e natural serve como instrumento para que as pessoas saiam de seu egoísmo, dominem suas paixões desordenadas e contemplem os sinais de Deus em tudo quanto existe — incluindo as belas obras feitas pelos homens — e assim cheguem até Ele, O conheçam e amem tanto quanto é possível nesta terra.

Em vista disso, é preciso utilizar na evangelização os meios adequados.

A literatura e as artes são também, segundo a maneira que lhes é própria, de grande importância para a vida da Igreja […] Conseguem assim elevar a vida humana, que exprimem sob formas muito diferentes, segundo os tempos e lugares […] Desse modo, o conhecimento de Deus é mais perfeitamente manifestado; a pregação evangélica torna-se mais compreensível ao espírito dos homens e aparece como integrada nas suas condições normais de vida.[4]

Ao nosso alcance estão instrumentos de valores diversos, mas todos muito úteis, como as cerimônias litúrgicas, procissões, peças de teatro, cinema, concertos, e o próprio sermão… Este, sobretudo, deve ser pulcro, atraente, tendente a dar glória a Deus da melhor forma possível.

Também os estudos têm de ser feitos em função do pulchrum, e não apenas para adquirir conhecimentos. E o próprio conhecimento deve ser amoroso, esforçando-se por ver em cada aspecto o intuito de Deus, de modo a “contemplar e saborear o mistério do plano divino”.[5]

 

CLÁ DIAS, João. Oportunidades para a Igreja no século XXI. Elaboração do projeto de pesquisa: elementos constitutivos – 1ª. Parte. Centro Universitário Ítalo Brasileiro. São Paulo, 2007. p. 89-90.



[1] Gaudium et Spes, 36.

[2] Gaudium et Spes, 15.

[3] Lumen Gentium, 33.

[4] Gaudium et Spes, 62.

[5] Gaudium et Spes, 15.

Estar estrictamente unidos a Cristo, Sumo Sacerdote

Dom Mauro Piacenza - Secretário da Congregação para o Clero

Dom Mauro Piacenza

      Vaticano a 15 de octubre de 2009

 

Queridos hermanos en el Sacerdocio:

             La única razón de nuestra vida y de nuestro ministerio es Jesús de Nazaret, Señor y Cristo. La existencia de los Sacerdotes tiene en Él y sólo en Él el propio origen y el propio fin y, en el tiempo, el total y entero desarrollo. El contacto íntimo y personal con Jesús Resucitado, vivo y presente, es realmente la única experiencia, que pude empujar a un hombre a darse totalmente a Dios por medio de los hermanos.

             Sabemos muy bien, queridísimos, en qué manera el Señor nos ha seducido, cómo su presencia haya sido en nosotros un hecho irresistible, como afirma el profeta: “Me has seducido, Señor, y me he dejado seducir, has hecho fuerza y has vencido! (Ger. 20,7). Esta seducción, como cualquier cosa preciosa, es necesaria que sea defendida, custodiada, protegida y alimentada con el fin de que no se pierda o, todavía peor, que no llegue a ser un frívolo recuerdo, insuficiente para resistir el golpe – tantas veces agresivo – de la realidad del mundo. La intimidad divina, origen de todo apostolado, es el secreto para guardar permanentemente la maravillosa presencia del Señor.

             Ante cualquier motivación, aunque buena, somos Sacerdotes para “estar estrictamente unidos a Cristo, Sumo Sacerdote”, unidos a Aquel que es nuestra única salvación, el Amado de nuestro corazón, la Roca sobre la cual construimos cada momento de nuestro ministerio, Aquel que es más íntimo que nosotros mismos y al que más deseamos. Cristo, Sumo Sacerdote, nos atrae hacia sus adentros. Esta unión con Él, que es el Sacramento del Orden, lleva en sí la participación a su ofrecimiento: “Unirse a Cristo supone la renuncia. Hace que no queramos imponer nuestro camino y nuestra voluntad; que no queramos llegar a ser esto u lo otro, sino que nos abandonamos a El, dónde y en el modo en el que El quiera servirse de nosotros” (Benedicto XVI, Homilía en la Santa Misa Crismal, 9.IV.2009). La expresión “estar unidos” nos recuerda que todo esto no es obra nuestra, fruto de nuestro esfuerzo voluntario, sino obra de la Gracia en nosotros: Es el Espíritu Santo que nos configura ontológicamente a Cristo Sacerdote y nos da  la fuerza a fin de perseverar hasta el fin en esa participación a la vida y por eso es obra divina. La “víctima pura”, que es Cristo Señor, llama a cada uno al insustituible valor del celibato, que implica la perfecta continencia por el Reino de los cielos y aquella pureza, que hace que sea “agradable a Dios” nuestra entrega a favor de los hombres.

             La intimidad con Jesucristo y la protección de la Beata Virgen María – “toda bella” y “toda pura” – nos sostengan en nuestro diario camino de participación a aquella Obra de Otro, en que consiste el ministerio sacerdotal, sabiendo que tal participación es portadora de salvación sobre todo para nosotros que la vivimos: Cristo es, en tal sentido, nuestra vida.

 X Mauro Piacenza

Arzobispo titular de Vittoriana

Secretario

 

Reflexiones del Arzobispo Secretario

Recibido de: <sistema@cclergy.va>

www.clerus.org

O Homem deve temer a Deus??!!!

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O Temor de Deus é um dos sete dons do Espírito Santo, disposições permanentes que tornam o homem dócil para seguir as inspirações divinas. (cf. CIC 1831) São Paulo enumera também, entre os frutos do mesmo Espírito, o amor. (Gal 5, 22) Logo, tendo o amor e o temor de Deus a mesma origem, não pode haver entre eles qualquer incompatibilidade pois, nem o amor pode excluir o temor, nem o temor excluir o amor, tornando-se fundamental e mesmo uma exigência para todos que desejem trilhar os caminhos de Deus com todo o coração e com toda a alma” (cf. Dt 10, 12) não se compreendendo um santo sem amor de Deus, nem o temor necessário a fim de se completar a obra da santificação. (cf. 2Cor 7, 1)

 

Na linguagem bíblica o “temor” de Deus não é sinónimo de terror tratando-se de algo inteiramente diferente que encontra eco nas palavras de Bento XVI: “O Temor de Deus é o sentido de responsabilidade que devemos ter, pela história que somos, contribuindo deste modo para a justa edificação do mundo e para a vitória do bem e da paz.” (Adapt. Castel Gandolfo, 15/08/06) Graças a ele “não temos receio do mundo nem de todos os problemas, não temos medo dos homens, porque Deus é mais forte.” (Audiência Geral 11 de Maio de 2005)

 

            Analisando o papel do amor e do temor de Deus na história da Igreja, verificamos um equilíbrio entre ambos que verdadeiramente estimulou os fiéis e que levou Santo Hilário, Bispo do século IV, a dizer: “Todo o nosso temor está no amor”. Esta piedade, profundamente equilibrada, reflectiu-se na oratória sagrada, na arte e na literatura religiosa. Entretanto, o jansenismo veio trazer uma visão do temor que o acentuou até ao exagero e ao delírio. Os que a ele aderiam passavam a ser dominados por angústias e escrúpulos. Receosos da severidade do Divino Juiz, aproximavam-se cada vez menos do sacramento da reconciliação e da comunhão por se acharem indignos. Reagindo contra este exagero, santos, teólogos, pregadores e escritores insistiram à porfia no papel do amor. Inútil é dizer quantos tesouros de graça, de sabedoria teológica e pastoral, de beleza artística, foram assim engendrados na Santa Igreja, pelo que esta tinha de mais representativo e melhor.

Consideremos a realidade dos dias de hoje: De que lado está o exagero? Do lado do amor ou do lado do temor? Talvez o homem contemporâneo não “peque” pelo excesso, nem do amor, nem do temor. Muito pelo contrário, muitos parecem não se incomodar muito com Deus, quer para O amar, quer para O temer.

 

Nesta carência de amor e de temor, o remédio parece estar em atrair os homens para ambos, pois o temor é o reconhecimento do mistério da transcendência divina estando na base da fé ao mesmo tempo que “ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas, se não tiver amor, nada sou.” (1Cor 13, 2)

 

Diác. José Victorino de Andrade, EP