Pe. Edwaldo Marques
Nabucodonosor, rei da Babilônia, em certa ocasião, mandou erigir uma enorme estátua de ouro com o objetivo de instituir uma nova divindade, como se já não bastassem as muitas que eram cultuadas no país. Promulgou em seguida um decreto que obrigava a todos os seus súditos a se prostrarem num ato de adoração, cada vez que as trombetas e outros instrumentos musicais soassem. Para os que não obedecessem, o castigo era a morte: seriam imediatamente atirados numa fornalha ardente. (cfr. Dan. 3. 1-7, Bíblia Sagrada, 1964, p. 1213).
A Babilônia nessa época era também habitada por judeus cativos. Destes, um certo número se recusou a obedecer a tal lei ímpia; entre esses estavam três jovens: Ananias, Azarias e Misael.
Como eram altos funcionários do rei, foram chamados pelo soberano e interrogados por ele, confirmaram que, de fato, não adorariam e não cumpririam o edito real, pois eram servidores do Deus verdadeiro, único a quem se deve adoração.
Fora de si, o rei ordenou que fossem lançados imediatamente na fornalha que foi, para esse efeito, aquecida sete vezes mais do que habitualmente o era. Foram amarrados e lançados ao fogo conforme o rei determinara.
Deus, porém, interveio e nada de mal aconteceu aos três jovens, que tranqüilamente passeavam entre as chamas entoando louvores a misericórdia divina. [Ver Dan. 3, 57-89]
Sabedor do fato, Nabucodonor, cheio de admiração, louvou também o Deus de Ananias, Azarias e Misael e ordenando-lhes que saíssem da fornalha, restabeleceu-os com honra nos postos que antes ocupavam.
O canto dos três jovens é para nós uma mensagem cheia de poesia e verdade, mas não é esta a razão fundamental de seu magnífico valor.
Qual o principal conteúdo dessa mensagem? Ela nos mostra, nos revela, que todas as coisas existem para louvar e glorificar a Deus. Tudo foi criado por Ele, existe em função d’Ele, sustentado por Ele, segundo leis estabelecidas por Ele para a sua própria glória e louvor. De um modo ou de outro, Ele está refletido em tudo o que criou; em função disso, o conjunto da criação constitui um imenso livro no qual o homem que não seja um analfabeto espiritual, poderá conhecer e amar a Deus Nosso Senhor.
A ordem que rege todas as coisas, a ordem do Universo — é verdadeiramente a assinatura de Deus.