Pe. Carlos Alberto, EP
Já desde o século IV a caridade cristã engendrara uma instituição desconhecida no mundo pagão antigo: os hospitais. Segundo LLorca, Villoslada e Montalban (1960, p. 876, tradução nossa) essas instituições “não eram de início casas de enfermos, senão casas destinadas a acolher os necessitados que se encontravam sem lugar”, daí o termo hospital, do latim hospes (hóspede, estrangeiro, viajante). Estes eram “por conseguinte, lugar de refúgio de pobres, peregrinos, enfermos, gente sem albergue; casas onde se exercitava a mais pura caridade cristã sob a direção mais ou menos imediata do bispo.” (LLORCA, VILLOSLADA E MONTALBAN, 1960, p. 876, tradução nossa). Segundo os mesmos autores,
Ao lado de todas as catedrais se foram erigindo hospitais e asilos para os pobres e peregrinos. Em Mérida, de Espanha, era bem conhecido o levantado no século VI pelo grande bispo Masona, com uma boa equipe de médicos, enfermeiros e enfermeiras; (LLORCA, VILLOSLADA E MONTALBAN, 1958, p. 192, tradução nossa)
Além disso, segundo os referidos historiadores, “é sabido que desde o século IX vão surgindo em diferentes países associações religiosas consagradas à caridade e beneficência” (LLORCA, VILLOSLADA E MONTALBAN, 1958, p. 193, tradução nossa). Concluindo, afirmam os autores:
Assim surgiram estas obras de beneficência, que são uma das glórias mais puras do cristianismo. São o produto mais típico do espírito cristão, que sequer se concebe em meio do egoísmo pagão. Deste modo, ao crescer o cristianismo, se multiplicaram em todas as partes estas instituições de caridade, e em fins do século VII haviam tomado um auge extraordinário, sinal evidente do verdadeiro espírito do cristianismo que reinava em todas as partes. (LLORCA, VILLOSLADA E MONTALBAN, 1958, p. 193, tradução e grifos nossos)