Pe. Carlos Alberto, EP
Conforme a doutrina católica Deus, ao criar o Universo, não o deixou entregue à sua própria sorte, mas o assiste continuamente com sua Providência. Estabeleceu leis que regem todos os seres, numa ordem e sabedoria admiráveis (CIC, 2001). Para o homem deu os Mandamentos. Muitos poderiam imaginar, erroneamente, que estes seriam uma espécie de camisa de força que Ele nos impõe e que coarcta a nossa liberdade de ação. Seriam normas que o Altíssimo, usando de seu direito de mandar, teria promulgado arbitrariamente, como poderia ter imposto outras em vez destas. Nada mais falso. Os Mandamentos não são normas aleatórias, mas um reflexo da própria santidade divina. Com efeito, afirmou o Divino Mestre: “Sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.[1] (BÍBLIA SAGRADA, 2006, p. 1289).
A inobservância desses Mandamentos não poderia deixar de gerar consequências desastrosas. Assim como um relógio simplesmente deixaria de funcionar, caso suas peças não cumprissem a finalidade a que foram destinadas pelo relojoeiro, assim também um indivíduo ou uma sociedade que não cumprissem os Mandamentos que lhes foram prescritos pelo Criador, caminhariam para sua ruína. Poderíamos citar como exemplo a decadência do Império Romano, amplamente descrita pelo historiador Daniel-Rops (1988) e por LLorca, Villoslada e Montalban (1960). Em sentido contrário temos o florescimento da civilização cristã ocidental, descrita pelo Papa Leão XIII (1954) em sua encíclica Imortale Dei.
[1] Mt 5, 48