Tradução de excertos da obra: La Virgen Maria — Teologia y espiritualidad marianas, Pe. Antonio Royo Marin, O.P. (BAC, Madrid, 1968, pp. 44‑62)
A maternidade divina de Maria, considerada integralmente em si mesma, constitui o primeiro princípio básico e fundamental de toda a mariologia. (…)
1ª Trata‑se de uma verdade expressamente revelada por Deus na Sagrada Escritura e expressamente definida pela Igreja como dogma de fé.
Com efeito, a Sagrada Escritura nos diz expressamente que Maria é a Mãe de Jesus:
“Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo”, (Mt. 1,16).
“Estavam junto à cruz de Jesus, sua Mãe…” (Jo. 19,25)
“Com Maria, a Mãe de Jesus…” (At. 1, 14)
Ora, o dogma fundamental de todo o cristianismo é que Jesus é Deus, o Verbo de Deus encarnado. Logo Maria, sua Mãe, é a Mãe de Deus, a Mãe do Verbo encarnado. Trata‑se, pois, de algo expressa e claramente revelado por Deus na Sagrada Escritura e definido expressamente pela Igreja no Concílio de Éfeso como verdade de fé. (…)
Escutemos um grande mariólogo contemporâneo expondo admiravelmente estas idéias:
“Assim, pois, da verdade fundamental da maternidade divina de Maria, segue‑se todo o demais. Por causa de sua maternidade divina é a nova Eva, é sócia do Redentor, Co‑redentora e Medianeira de todas as graças, Mãe do Corpo místico, Mãe universal, arquétipo da Igreja, novo paraíso, a cheia de graça, a redimida com redenção perfeita, a Rainha do céu e da terra e todo o demais que dEla se pode dizer. Nenhuma dessas conseqüências, reveladas ou deduzidas por meio de procedimentos inferidos dos raciocínios anteriores, pode ser o princípio primário da mariologia; todas procedem, pela ordenação da sabedoria de Deus, da predestinação da Santíssima Virgem para ser Mãe do Redentor, inseparavelmente unida com seu Filho em um só decreto eterno. A maternidade divina é a base da relação de Maria com Cristo, com o Cristo total, com toda a teologia e o cristianismo; é, portanto, o princípio fundamental de toda a mariologia.” ([1])
[1] P. CYRIL VOLLERT, S.I., Mariologia dirigida pelo P. J.B. CAROL (BAC, Madrid 1964) p. 487)