A criação é um livro no qual se lê a Santíssima Trindade

Dustan Soares de Miranda Filho

 

Deus fez um universo ordenado, chamado cristo-rei-do-universocosmos. Segundo o “Nouveau Petit Larousse illustré” (1952, p. 241), a palavra “cosmos” significa o universo “considerado em sua ordem”.

O vocábulo “ordem” provém de um termo grego que significa “reto” (SARAIVA, 1993, p. 826). Segundo o dicionário “Aurélio”, ordem é a “disposição conveniente dos meios para se obterem os fins” (FERREIRA, 1986, p. 1230).

Estudando a doutrina tomista, chegamos a uma noção mais ampla a respeito do que seja a ordem. Esta é a reta disposição das coisas segundo o seu fim próximo e remoto, físico e metafísico, natural e sobrenatural. E, como veremos, para que haja ordem entre os seres são necessárias a desigualdade e a hierarquia.’

Por sua vez, o vocábulo “universo” provém do latim “unus” e “vertere” (cf. SARAIVA, 1993, p. 1243), significando que todas as coisas convergem para o uno.

 

Multiplicidade, desigualdade e hierarquia das criaturas

O Altíssimo fez o mundo para refletir as perfeições divinas, que são infinitas. Ele não poderia criar apenas uma criatura, por mais perfeita que fosse, pois toda criatura é limitada. Por isso, criou múltiplos seres. Não só múltiplos, mas também diferentes; porque se iguais somente poderiam representar uma qualidade de Deus. É o que ensina o Doutor Angélico (AQUINO, 2002, vol. 2, p. 78).

São Tomás afirma taxativamente que Deus é o autor da desigualdade:

Como a sabedoria divina é causa da distinção entre as coisas, para a perfeição do universo, assim também é da desigualdade. Pois o universo não seria perfeito se se encontrasse nas coisas apenas um grau de bondade. (AQUINO, 2002, vol. 2, p. 81)

 E, na “Suma contra os gentios”, acrescenta:

A diversidade e desigualdade nas coisas criadas não provém do acaso; nem da diversidade da matéria; nem da intervenção de algumas causas ou mérito, mas do próprio querer divino, que quis dar à criatura a perfeição que a esta é possível ter. (AQUINO, 1952, vol. 1, p. 243)

Ora, entre os seres múltiplos e desiguais há ordem, ou seja, hierarquia. Analisando a etimologia da palavra ‘hierarquia’, verificamos que ela possui um sentido religioso. Provém dos vocábulos gregos ‘arquia’, que significa governo, e ‘hier’, “o primeiro elemento dos compostos eruditos com a idéia de sagrado” (BUENO, 1965, vol. 4, p. 1748). Por outro lado, ensina o “Catecismo da Igreja Católica”: “A hierarquia das criaturas é expressa pela ordem dos ‘ seis dias’, que vai do menos perfeito ao mais perfeito” (CIC 2001, p. 100, n. 342).

MIRANDA FILHO, Dustan et all. A Glória de Deus espelhada na Ordem do Universo. Centro Universitário Ítalo Brasileiro – Curso de teologia. São Paulo, 2009. p. 23-24.

 

A ETERNA BEM-AVENTURANÇA

bem-aventurancaChn. Louis Bremond, “Le Ciel, ses joies et ses splendeurs”, P. Lethielleux, Lib.‑Éditeur, Paris,

 

 

 1925, pp. 2‑4‑5‑10‑13‑18‑20.

A bem‑aventurança requer não somente a visão mas a posse do fim e o gozo que tem como conseqüência o repouso do amante no objeto amado

“O coração do homem foi ferido, desde sua origem, por um golpe que partiu do Infinito. Ninguém poderá curar essa ferida senão Aquele que a fez”. (Mgr d’Hulst, Mélanges philosophiques, p. 288)

Por isso Davi exclamava: “Quando vossa glória manifestar‑se a mim, Senhor, aí serei satisfeito”. (Ps. XV, 15)

“Deus é o fim de seu ato criador, diz São Tomás, por ser Ele o princípio. Porque Sua qualidade de fim não significa outra coisa senão o ser até o fim o princípio da criatura comunicando‑lhe, também até o fim, Sua própria bondade”. (P.I, q.12, a.1 Cf. Somme philosophique, I. III. c.17)

“O fim último do homem satisfaz de tal maneira seus desejos naturais, que ele deixa de procurar qualquer outra coisa a partir do momento em que o possua, porque, se ainda resta no homem algum movimento para outro objeto, este movimento é uma prova de que não possui ainda a finalidade na qual deve encontrar o repouso”. ( Somme philosophique, livre III, ch 48)

O pensamento de São Tomás ainda se desenvolve mais na Suma Teológica:

“A bem‑aventurança requer não somente a visão que é o conhecimento perfeito do fim último e inteligível, mas ainda, a posse que se relaciona à presença deste fim e o gozo que tem como conseqüência o repouso do amante no objeto amado”. (Somme Théologique, I‑II, q.4. a.3)

E Suarez diz que “a perfeição total da bem‑aventurança” está nessa percepção da essência divina”, que “é a principal e mais perfeita operação da alma” (Suarez, De Beat., disp. 7)


Como surpreender‑nos que Santo Agostinho diga que a bem‑aventurança é “a plenitude superabundante de tudo aquilo que é desejável”, “a reunião de todos os bens”, como diz Boécio, e, como acrescenta São Tomás: “o bem perfeito que dá a todos os nossos desejos sua plena e inteira satisfação”? (S.Aug., De Civitate Dei, lib. XIX, cap I; Boèce, de Consolatione philosophiae, lib. III, pros. 2; S. Thomas, I‑II, q.2, a. 8)

Tudo isso fazia São Gregório Magno exclamar:

“Qual é o espírito capaz de conceber a sublimidade das alegrias celestes? Assistir aos coros dos Anjos, glorificar ao Criador na companhia dos Santos, contemplar diretamente a face de Deus, ver a luz infinita, estar ao abrigo da morte, rejubilar‑se para todo o sempre com o dom da incorruptibilidade!

A alma queima de ardor por estes bens apenas ao conhecê‑los e desejaria já estar no lugar onde anseia desfrutar de uma felicidade eterna”. (Hom. XXXVII sur l’Évangile)

“Catecismo” do escrupuloso

1) O escrúpulo é uma doença física e moral, que produz uma espécie de loucura na consciência da pessoa e lhe faz recear, por motivos fúteis, ter ofendido a Deus.

2) O escrúpulo não traz nenhuma vantagem para a pessoa.

3) Suas 4 principais desvantagens são:

– os escrúpulos desequilibram gradualmente o sistema nervoso;

– cegam o espírito e falseiam o juízo (julgamento das coisas);

– causam falta de devoção verdadeira, aumentando o egoísmo;

– desanimam a prática da virtude.

4) Quatro matérias sobre as quais costuma haver escrúpulos:

– tornar a confessar pecados passados;

– maus pensamentos contra a pureza;

– comunhão (dúvida se pode comungar ou não);

– orações (se rezou direito, se pronunciou errado, se “valeu” ou não).

5) Os escrúpulos provém:

a) de causas naturais: propensão para o desequilíbrio nervoso, tendência a depressão (“baixa”), falta de energia no organismo.

b) de causas morais: orgulho (desejar ser isento de pecados por amor-próprio), desobediência às orientações de um bom confessor, egoísmo, detalhismo, preguiça de consultar um bom diretor espiritual e de estudar a Doutrina Católica para formar a própria consciência, obstinação (achar que sua opinião é que vale, não dar atenção às orientações); deixar-se levar pelas impressões e não pela razão; falta de força de vontade.

c) de causas preternaturais: o demônio também pode estimular os escrúpulos, se assim lhe for mais fácil perturbar a pessoa.

d) de causas sobrenaturais: Deus permite que a pessoa fique escrupulosa e sofra com isso, para ajudá-la a querer combater as causas do escrúpulo: o orgulho, o egoísmo, a preguiça, etc.

6) Os graus dos escrúpulos são 3: leves; passageiros; graves ou persistentes.

7) A diferença entre a consciência delicada e a consciência escrupulosa está no ponto de partida: uma pessoa tem consciência delicada por amor de Deus; uma pessoa é escrupulosa por amor de si mesmo, por orgulho e egoísmo. A consciência delicada aceita as orientações. O escrupuloso não aceita, preferindo suas próprias idéias ou opiniões.

8) O único remédio prático para o escrúpulo é a obediência cega a um bom confessor/diretor espiritual. Note-se que não é o escrupuloso que vai julgar se o confessor é bom ou não. Ele deve basear-se na opinião geral de outros bons e autênticos católicos, que lhe indicarão qual confessor procurar.

9) O penitente será tratado por um bom confessor com bondade e firmeza. Ele lhe mostrará dedicação, paciência, mas será inflexível em exigir o cumprimento das orientações que der.

10) O princípio geral que deve nortear a consciência do escrupuloso é a evidência. Só há pecado mortal se é evidente que há pecado mortal, se a pessoa pode jurar por Deus que há pecado mortal. (Note-se que jurar sem ter certeza seria pecado mortal).

11) A freqüência das confissões do escrupuloso é determinada pelo confessor. Em geral, e se não há pecado mortal evidente, só uma vez por mês.

12) O escrupuloso não deve nunca examinar as confissões que fez, pois isso o precipita num círculo vicioso de novos escrúpulos. Deve guiar-se pelas orientações do bom confessor e ficar em paz..

13) O escrupuloso não deve julgar as determinações do (bom) confessor. Deve obedecê-las cegamente pois é o único remédio para ele se curar do escrúpulo. Relembre-se que ele também não deve julgar se o confessor é bom ou não (coisa muito freqüente nos escrupulosos) mas basear-se na opinião de outros bons católicos. E tratar de permanecer com o mesmo confessor, sem procurar outros que lhe permitam, por inadvertência, dar desenvolvimento a seus escrúpulos.

14) O escrupuloso nunca pode discordar ou discutir as determinações do bom confessor. Deve abrir-se com ele com sinceridade e obedecer-lhe em tudo. Se ele mandar comungar diariamente, comunga. Se mandar confessar só uma vez por mês, obedece, etc.

15) Para um pecado ser perdoado basta confessá-lo e receber a absolvição apenas uma vez, com as boas disposições habituais (verdadeiro arrependimento, declarando as condições agravantes e/ou que mudem a natureza do pecado, se houver, e com propósito de emenda).

16) Os pecados que devem ser confessados são:

– os pecados certamente mortais;

– os pecados certamente cometidos;

– os pecados certamente não confessados.

Se não houver uma dessas 3 condições, o escrupuloso, como regra geral, não deve confessá-los.

17) Quando está em dúvida, o escrupuloso pode e deve comungar (exceto se o confessor orientar o contrário).

18) Em dúvida (se cometeu pecado mortal ou não), o escrupuloso não deve confessar.

19) O “privilégio dos escrupulosos” consiste em fazer uma acusação dos pecados muito simplificada: “Acuso-me de todos os pecados cometidos desde a minha última confissão e de todos os da minha vida passada”[1]. O confessor saberá quando permitir ou mesmo exigir o uso desse privilégio. A decisão é exclusivamente do confessor. A Igreja o permite por misericórdia, para os casos em que o escrúpulo é muito intenso.

20) O objetivo do demônio ao estimular os escrúpulos é deformar a vida espiritual da pessoa, roubar-lhe a paz interior, desanimá-la, fazê-la desesperar da Salvação e acabar fazendo-a entregar-se aos vícios e pecados, “já que está perdida mesmo”. É por isso que muitos escrupulosos acabaram tornando-se depois pecadores desbragados.

21) O escrupuloso não deve fazer exame de consciência sobre matéria de escrúpulos. Por exemplo: não deve ficar pensando se consentiu ou não em tal mau pensamento, ou em tal mau olhar, porque vai se lembrar deles, e as más idéias voltarão a atormentá-lo.

22) O ponto sobre o qual o escrupuloso deve fazer exame de consciência é aquele que o bom confessor lhe indicar. Varia de pessoa para pessoa. Em geral, será sobre seu vício capital, que no caso do escrupuloso costuma ser o orgulho e/ou o egoísmo.

23) O escrupuloso tem escrúpulos sobre certas matérias e sobre outras não porque ele é escrupuloso por egoísmo. Por exemplo: ele fica preocupado se consentiu num mau pensamento, porque pode condenar a sua “alminha”. Mas pode não ter escrúpulos em desorganizar uma sala, porque não é ele quem vai ter de arrumá-la depois; ou pode não lhe pesar na consciência pegar mais alimentos para si em prejuízo de outros, e assim por diante.

24) O escrupuloso não tem noção clara sobre seu estado. Pode tender a negá-lo, ou pode tender a impacientar-se consigo mesmo e desanimar. Quanto às suas dúvidas, a única pessoa que pode lhe orientar com segurança é o seu diretor espiritual.

25) Conselho do Prof. Corrêa de Oliveira para o escrupuloso:

“Com o escrúpulo a gente faz como o homem puro em relação à mulher impura: não olha para ela, não lhe responde nada, interior e exteriormente faz como se ela não existisse”.       Ou seja, não dar nenhuma atenção aos pensamentos escrupulosos.

26) Tentação é a inclinação para cometer um pecado. Pecado é uma ofensa feita a Deus pela violação advertida e voluntária de Seus Mandamentos, ou dos da Sua Igreja.

27) Teoricamente, uma tentação pode ter duração indefinida sem se transformar em pecado, desde que a pessoa não dê pleno consentimento, não tenha plena advertência, nem deixe de tomar as providências necessárias para fazê-las cessar.

28) As 3 condições sem as quais não há pecado mortal são: 1) Matéria grave, 2) Plena advertência “pre-factum” (dar-se conta de que está sendo tentado para um pecado mortal, antes de cometê-lo), 3) Pleno consentimento (apesar de saber que é mortal, praticá-lo).

29) Sob tentação a pessoa deve:

Primeiramente rezar, pedindo graças para vencer à tentação, permanecer no estado de graça e na paz de espírito. Servir-se, com calma e discrição, de Água Benta, de uma relíquia ou de algum objeto bento. Praticar a oração mental, lembrando-se dos Novíssimos, do amor e dos sofrimentos de Nosso Senhor Jesus Cristo por nós e de outros temas piedosos.

Em segundo lugar, afastar-se prontamente do que lhe provoca a tentação, por meio da distância física se for o caso, e da distância psíquica, ocupando a atenção com uma conversação, trabalho ou distração sadia e, se possível, santificante.

Em terceiro lugar, cessada a tentação, procurar conhecer-se melhor de modo a evitar que as circunstâncias que o levaram à tentação se repitam. Aqui se incluem o evitar com diligência as ocasiões próximas, o exame de consciência, a guarda do coração e o revigoramento da vida interior. É o que o Padre Tissot chamava de “a arte de utilizar as próprias faltas”.

30 – O principal remédio para os escrúpulos, tentações e demais problemas da vida espiritual é o amor de Deus, que na linguagem prática se traduz pelo entusiasmo com que a pessoa se entrega à admiração dos reflexos de Deus na Criação, e ao serviço de Deus através do serviço da Igreja, da Civilização Cristã, e do próximo em suas necessidades espirituais e materiais.

 

Bibliografia

Esta compilação foi baseada em fontes diversas, dentre elas: Ad. Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, Edições do Apostolado da Imprensa, Porto, 1932. M. Hamon, Meditações para todos os dias do ano, Lello e Irmão Editores, Porto, 1940. Padre Alonso Rodríguez, Ejercicio de Perfección y Virtudes Cristianas, Editorial Testimonio de Autores Catolicos Escogidos S.A., Madrid, 1985. Padre Joseph Tissot, A Arte de Aproveitar as Próprias Faltas, Quadrante, São Paulo, 1995.

[1] (Cfr. Ad. Tanquerey, Compêndio de Teologia Ascética e Mística, item 949, d., cap V, pág. 598 da 2ª edição portuguesa, Porto, 1932)


Quereríamos que Deus fizesse tudo em nós, e nos desse a vitória sem que isso nos custasse nenhum esforço; erro pernicioso, pretensão injusta, causa comum do desânimo

desanimoDirá uma dessas almas que se queixam de não serem atendidas: Eu ficaria satisfeita se sentisse os efeitos dessa Providência misericordiosa: mas não vejo que Deus me torne mais fiel aos meus deveres.

Para esclarecer esta dificuldade, consultemos os princípios da Religião, que devem dirigir os nossos juízos; andemos à luz da Fé, que deve iluminar-nos; e vereis que, se não sois fiel aos vossos deveres, não é Deus que falta a vós, sois vós que faltais a Deus.

Consoante a Religião, Deus não faz sozinho o bem em nós. Ele vos criou sem vós, mas não quis salvar-vos sem vós. Quis que, pela escolha livre da vossa vontade, o preferísseis a tudo. Pôs, portanto, diante de vós o bem e o mal, a vida e a morte, e disse-vos: Tomai o que quiserdes. Para vos determinar ao bem, dá-vos mil luzes, que vos apresentam os motivos disto: o amor, a gratidão, a recompensa; excita em vós mil sentimentos que vos fazem amar esse bem, que vos afeiçoa a ele. Assim vos previne Ele por Suas graças: apresenta-vos o Seu socorro para vos ajudar na ação. Eis aí o que Deus vos prometeu e o que faz. Para corresponder a isso, bem longe de vos desviardes desses motivos, desses sentimentos (coisa que ordinariamente fazeis para não vos constrangerdes), deveis ocupar-vos deles, compenetrar-vos deles, aprofundá-los, e, dócil à voz do Espírito Santo, fazer-nos violência para seguir as suas inspirações, visto que sem isso não se faz o bem nem se chega ao Céu.

Pergunto-vos: teríeis motivo de vos queixar de um amigo que vos tivesse dado os conselhos mais seguros para vos fazer evitar uma desgraça, se não houvésseis querido escutá-lo pelo fato de vos custar algum incômodo o segui-lo? e não se diria, com razão, que nesse caso a vossa perdição só vem de vós mesmo?

Eis aqui o que vemos todos os dias. Uma alma teme a pena que experimenta em combater as suas inclinações: pede a Deus ser livrada dela; mas com a condição de que Deus faça tudo, e de que isso nada custe a ela. Pretende ela o milagre operado em S. Paulo. Ouvimo-la dizer: Se essa inclinação desagrada a Deus, por que então Ele não ma tira? Ele não é o Senhor? Por que não susta os sentimentos do meu coração? Ele transformou outros de chofre. Enquanto aguarda esse milagre, ela nada faz para seguir a voz de Deus e para se tornar melhor. Compreendeis que semelhante disposição não é própria para atrair sobre essa alma as misericórdias de Deus.

Quem quer servir a Deus sem fazer violência a si mesmo contradiz a palavra de Jesus Cristo. Quem só quer servi-lO sob condição de um milagre, disparata, e não merece ser escutado.

Outras pessoas não incidem nessa ridícula presunção: o que as detém na prática das virtudes é que elas ficam tão fortemente perturbadas com as suas penas, tão fortemente persuadidas de que, nesse estado, nada podem fazer de bem, que só pensam nisto: toda a sua ocupação interior gira em torno disto. Absorta nessa pena, a sua alma não sabe pedir a Deus nenhuma outra coisa senão o ser livrada dela. Elas não ousam apegar-se às luzes e aos bons sentimentos que Deus lhes dá, porque, não achando neles essas graças que elas pretendem a todo custo, que elas pedem com obstinação, receiam ser iludidas. Tornam, assim, inúteis as graças que recebem, ou pela sua desatenção ou pela sua resistência. Se aproveitassem delas, embora elas não sejam o objeto das suas preces, em breve alcançariam o que desejam, e o que não podem lisonjear-se de obter enquanto resistirem a Deus.

Estudemos os desígnios da Providência de Deus e a economia das suas graças, e veremos claramente a armadilha em que a tentação faz cair essas almas a quem o erro, junto à infidelidade, faz incidir no desânimo.

Obra póstuma do Padre J. Michel, S.J.; “Tratado do Desânimo nas vias da Piedade”, Popular de Formação Espiritual, vol XXIX, Editora Vozes, Petrópolis-RJ, 1952. Cap. XIII.

¿Quid est veritas?

Diác. Godofredo Salazar, EP

 Cuéntase que una vez estaba Santo Tomás de Aquino con los religiosos de su comunidad y estos, para gastarle una broma, comienzan a exclamar: Venid a ver un burro volando. Y esperaron con ansia para ver cómo reaccionaría su hermano de hábito. Éste, llevado de su espíritu observador, comenzó a mirar por todas partes sin divisar tal fenómeno, mientras los presentes estallan en carcajadas y le recriminan: Pero hombre de Dios, como puedes ser tan inocente. Tú que pareces conocerlo todo, deberías saber que es imposible que los burros vuelen. A lo que el “buey mudo”[1] respondió en tono serio: Entre que un burro vuele y que unos religiosos mientan, me parece más imposible lo segundo que lo primero[2]

jesus-e-condenadoEsta sencilla anécdota nos abre las puertas para tejer una serie de consideraciones acerca de un tema apasionante: ¿Qué es la verdad? Es la pregunta cargada de ironía que hará Poncio Pilatos, delante de Aquél que afirmó de Sí mismo: Yo doy testimonio de la verdad, y para esto he nacido y he venido al mundo. Todo el que está del lado de la verdad escucha mi voz.[3]

Pues si consideramos con detenimiento, es ese el problema más elemental que todo ser humano se plantea en lo más íntimo de su ser. En todo momento, en todo lo que observa o escucha, en todo lo que piensa o siente, es llevado por un propensión, un deseo o una inclinación de buscar una certeza, una verdad en que fundarse. Es el famoso porqué” de los niños que quieren saberlo todo; y que, en su inocencia aún no mancillada, se llenan de estupor y admiración delante de un mundo nuevo que ofrece a sus mentes ansiosas de conocer, una infinitud de interrogantes. En esta materia nuestros amables lectores, principalmente papás y mamás, pero también tíos, hermanos, abuelos, maestros y tantos otros que se relacionan con estos “pequeños preguntones” han atesorado una vasta experiencia.

  Y ¿qué es, pues, la verdad?  Es la misma pregunta que muchos hoy en día se hacen. Y también son muchos los intentos de respuesta que existen. Se acostumbra decir que la verdad es la conformidad entre lo que se piensa o se cree y la realidad. Así lo ha entendido fundamentalmente la filosofía, desde Aristóteles, para quien la verdad consiste en afirmar lo que es y en negar lo que no es, y la Escolástica que la define como la adecuación entre las cosas y el entendimiento: veritas est adaequatio rei et intellectus.[4]

Por su parte, con su estilo tan característico, Santa Teresa de Jesús define la verdad como unida necesariamente a la humildad. Escuchemos lo que la ella misma escribe en su famoso libro de Las Moradas o Castillo interior[5] acerca de la verdad y su estrecha afinidad con la virtud que sirve de fundamento a todas las demás:

También acaece ansí muy de presto, y de manera que no se puede decir, mostrar Dios en sí mesmo una verdad, que parece deja escurecidas todas las que hay en las criaturas, y muy claro dado a entender, que Él solo es verdad, que no puede mentir; y dase bien a entender lo que dice David en un Salmo, que todo hombre es mentiroso, lo que no se entendiera jamás ansí anque muchas veces se oyera; es verdad que no puede faltar. Acuérdaseme de Pilatos, lo mucho que preguntaba a nuestro Señor, cuando en su Pasión le dijo qué era verdad, y lo poco que entendemos acá de esta suma verdad. Yo quisiera poder dar más a entender en este caso, mas no se puede decir.

Saquemos de aquí, hermanas, que para conformarnos con nuestro Dios y Esposo en algo, será bien que estudiemos siempre mucho de andar en esta verdad. No digo sólo que no digamos mentira, que en eso, gloria a Dios, ya veo que traéis gran cuenta en estas casas con no decirla por ninguna cosa, sino que andemos en verdad adelante de Dios y de las gentes, de cuantas maneras pudiéramos; en especial no quiriendo nos tengan por mejores de lo que somos, y en nuestras obras dando a Dios lo que es suyo, y a nosotras lo que es nuestro, y procurando sacar en todo la verdad, y ansí ternemos en poco este mundo, que es todo mentira y falsedad, y como tal no es durable. Una vez estaba yo considerando por qué razón era nuestro Señor tan amigo de esta virtud de la humildad, y púsoseme delante, a mi parecer sin considerarlo, sino de presto, esto: que es porque Dios es suma verdad, y la humildad es andar en verdad, que lo es muy grande no tener cosa buena de nosotros, sino la miseria y ser nada; y quien esto no entiende, anda en mentira. A quien más lo entiende agrada más a la suma verdad,  porque anda en ella. Plega a Dios, hermanas, nos haga merced de no salir jamás de este propio conocimiento. Amén.

 

Aquí nos enseña la insigne mística de Ávila la actitud que la criatura humana debe asumir delante de su Dios y Creador, reconociendo su soberanía y omnipotencia. Lo que implica, además, reconocer en nosotros –y en los otros– las cualidades, virtudes o dones que el Creador haya otorgado en su infinita misericordia, al tiempo que reconocemos nuestros pecados, defectos y errores, los cuales debemos no solo detestar sino sobre todo enmendar.

Es célebre esta afirmación del Aquinate: Omne verum, a quocumque dicatur, a Spiritu Santo est [6] con la cual nos quiere enseñar que aquellas verdades alcanzadas por la razón -en cuanto sean ontológicamente verdaderas- provienen de Dios, que siendo la Suma Verdad no se contradice a Sí mismo. Este infatigable anhelo por la verdad le mereció al Doctor Angélico el reconocimiento de los Sumos Pontífices, es de destacar el del Papa Pablo VI[7]:

Tal afán de buscar la verdad, entregándose a ella sin escatimar ningún esfuerzo -afán que Santo Tomás consideró misión específica de toda su vida y que cumplió egregiamente con su magisterio y con sus escritos- hace que pueda llamársele con todo derecho “apóstol de la verdad y que pueda proponerse como ejemplo a todos los que desempeñan la función de enseñar. Pero brilla también ante nuestros ojos como modelo admirable de erudito cristiano que, para captar las nuevas inquietudes y responder a las exigencias nuevas del progreso cultural, no siente la necesidad de salir fuera del cauce de la fe, de la tradición y del Magisterio, que le proporcionan las riquezas del pasado y el sello de la verdad divina.


[1] Así apodaron sus compañeros al joven Tomás cuando era estudiante porque  seguía las lecciones con extrema atención y calma, sin pronunciar palabra, además de que se caracterizaba por ser grande y corpulento. Cierta vez, su maestro San Alberto Magno, sabedor de este mote, profetiza al respecto de su alumno: Algún día los mugidos de este buey se escucharán en el mundo entero. (Cfr. Louis de Wohl. La luz apacible. Ediciones Palabra, Madrid: 2001, p. 208)

[2] Cfr. Pablo da Silveira. Historias de filósofos. Buenos Aires: Ed. Alfaguara, 1997, p. 88.

[3] Jn. 18, 37

[4] cf. De Veritate q. 1a. 1; Summa Theologica I, q. 16, a. 2 ad 2

[5] Sexta morada, cap. X

 

[6] Toda verdad, quienquiera que la diga, procede del Espíritu Santo. (Sum. Theol., I-II, q. 109, a. 1 ad 1.)

[7] Carta Apostólica Lumen Ecclesiae N°10 (20 de noviembre de 1974) con motivo del VII centenario de la muerte de Santo Tomás de Aquino

O alcance dos efeitos dos sacramentais

agua-bentaIgnacio Montojo Magro, EP

 

Os sacramentais oferecem aos fiéis bem dispostos a possibilidade de santificar quase todos os eventos da sua vida por meio da graça divina que flui dos méritos da Paixão, Morte e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo e, neste caso, é administrada pela Santa Igreja. Neste sentido preparam para receber com fruto os sacramentos.

 

Mas é preciso considerar que, se bem que seus efeitos não dependem principalmente da disposição moral do ministro ou do sujeito, pode esta concorrer a uma eficácia maior, pois Deus outorga seus dons em quantidade e qualidade maior em virtude do mérito e disposições que concorrem em quem os administra, confere ou recebe. É mesmo que acontece com a oração. Serão mais eficazes na medida em que nos identificarmos, por nossa religiosidade profunda, com a Igreja que opera através deles e com sua intenção. Pode-se dizer nesse sentido – e é tal a tese defendida por muitos teólogos – que os sacramentais operam quase ex opere operato (REGATILLO apud MARTÍN, 2002: 1647), ou seja que eles não tem o poder natural, como os sacramentos, de operar a graça, mas sim de obtê-la da misericórdia e bondade de Deus. São ajudas poderosas com as quais se recebe, por isso mesmo, proteção contra as tentações, graças e ajudas segundo o caso, assim como capacidade operativa e graças atuais para corresponder a vontade de Deus segundo a vocação e carisma próprios.

 

agua-benta2Entretanto, deve-se sempre levar em consideração que a oração da Igreja, Esposa Mística de Nosso Senhor Jesus Cristo, não pode deixar de ser plenamente aceita pela Divindade e, por tanto, se bem que o sacramental não é totalmente infalível como o sacramento (desde que devidamente recebido) senão que segue, as regras habituais da oração, e ainda que opera mais por via de misericórdia que de justiça, não deixa de ser evidente que sua eficácia supera de longe a duma obra boa feita sem ser sacramental, tanto quanto pode ter de aceito e sumamente agradável à Divina Majestade a oração da Esposa amantíssima, indefectivelmente santa, castíssima e fidelíssima de Jesus Cristo. Isto mais se aplicará, se couber, quanto a principal finalidade é contribuir à santificação dos fieis.

 

MONTOJO MAGRO, Ignacio et all. O fundamento teológico da eficácia dos sacramentais. Centro Universitário Ítalo Brasileiro – Curso de Teologia. São Paulo, 2009. p. 49-50

Papel dos simbolos para conhecer a Deus

Irmã Angela Maria Tomé, EP

“Não conhecemos a Deus diretamente, mas através das criaturas, segundo a relação de princípio e pelo modo da excelência e da negação.” (AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. 2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2003.)

Afirma São Tomás ainda: “é natural ao homem elevar-se ao inteligível pelo sensível, porque todo o nosso conhecimento se origina a partir dos sentidos.” (AQUINO, Tomás de. Suma Teológica. I, q. 1, 9,  2. ed. São Paulo: Edições Loyola, 2003.)

Pela razão, isto é, pelo mero esforço de sua inteligência, considerando o universo, o homem pode concluir, em todo o rigor da lógica, a existência de um Deus pessoal e eterno, a espiritualidade da alma, o livro arbítrio e quantas outras verdades teológicas e filosóficas, tal como fizeram Platão e Aristóteles.

 No entanto, o homem é constituído de corpo e de alma e não se sente plenamente satisfeito enquanto seus sentidos não puderem captar aquilo que seu espírito concebeu. Essa necessidade se torna ainda mais intensa e primordial quando se trata dAquele que nos criou: mais do que tudo, temos desejo de ver a Deus com os olhos da carne, depois de o termos percebido através dos olhos da alma.

transfAcontece, porém, que Deus não pode se manifestar visivelmente ao homem, pois este se desconjuntaria inteiro diante de sua infinita e sobrenatural magnificência (Suma Teológica, q. 12, 3). Para remediar essa impossibilidade, o Senhor dispôs de modo santo e maravilhoso que nossos sentidos tivessem, de alguma forma, o conhecimento dEle. Essa percepção nos é dada através dos símbolos.

O símbolo ajuda a sensibilidade a se elevar às alturas onde o intelecto do homem foi conduzido pela razão, e, sobretudo, pela fé.

Como pode o homem suprir as necessidades espirituais

600x800-sameiroDiác. José Victorino de Andrade, EP

 

É patente a necessidade que a alma humana tem de entrar em contato com múltiplos objetos externos, sem descurar aspectos como a beleza, a sublimidade e o sagrado. A sua hipotética carência levaria a alma a um operar tão defeituoso e resultaria num tal desequilíbrio que o homem correria o risco de deixar na atrofia suas potências, e reduziria sua vida ao simples fato de existir.[1]

 

 

Uma ainda que pálida imagem desta necessidade encontra-se no mundo animal: os cavalos que trabalhavam outrora nas minas, por vezes vários dias seguidos nos túneis iluminados artificialmente, quando eram trazidos à luz do sol, revelavam a sua alegria relinchando e pulando, manifestações próprias à sua natureza.

           

Da mesma forma, também o homem sente esta necessidade, de sair da rotina e da monotonia de sensações que lhe possam ser causadas, inclusive, por um trabalho cotidiano e repetitivo, compreendendo-se as múltiplas formas licitas de lazer e entretenimento que lhe possam ser oferecidas. Aqui entra um notório e importante papel do Estado e do poder público, portanto, temporal, no oferecimento de alternativas saudáveis e formativas que permitam ao homem desfrutar de lícitos prazeres e atrações. Embora estes jamais poderiam suprir a necessidade espiritual, inerente ao homem por força da atração exercida por Deus[2] e dificilmente substituída por qualquer outra atividade que não compreenda este aspecto, como a participação na eucaristia dominical. É em Cristo, fonte de água viva, que o homem sacia definitivamente a sua sede, enquanto as outras apenas temporariamente satisfazem e não conduzem à vida eterna.[3]

 

 


[1] Cf. Correa de Oliveira. Notas para a Conceituação da Cristandade, Década de 50. p. 8.(Extraído do Original).

[2] Ver Catecismo Igreja Católica, 27.

[3] Ver Jo. 4, 10-15

Sto. Agostinho e a questão do mal em resposta aos Maniqueus

santo-agostinho1Pe. Mário Sérgio Sperche, EP

 

 

Aquilo que, segundo Sto. Agostinho, desmente irrefutavelmente o próprio princípio do maniqueísmo é o carácter fundamental de Deus: a incorruptibilidade que é própria de Deus na medida em que é o próprio Ser. Os Maniqueus admitiam que Deus devia combater eternamente com o princípio do mal. Mas se o princípio do mal pode prejudicar Deus, Deus não é incorruptível porque pode receber uma ofensa. E se não pode ser ofendido, falta algum motivo por que Deus tenha de combater (ver também em Conf, VII, 2). Assim o reconhecimento da incorruptibilidade de Deus retira todo o fundamento à afirmação maniqueia de um princípio do mal; mas ao mesmo tempo volta a propor em toda a sua urgência e grandiosidade o problema do mal no mundo. Se Deus é o autor de tudo e também do homem, donde deriva o mal? Se do mal é autor o diabo, donde deriva o próprio diabo? Se o mal depende da matéria de que o mundo é formado, porque é que Deus ao ordená-la deixou nela um resíduo de mal? Qualquer que seja a solução a que se recorra, a realidade do mal contradiz a bondade perfeita de Deus: não resta, pois, mais que negar a realidade do mal. E tal é a solução por que se decidiu Sto. Agostinho.

            Tudo aquilo que é, enquanto é, é bom. Também as coisas corruptíveis são boas, dado que se tais não fossem não poderiam, corrompendo-se, perder a sua bondade. Mas à medida que se corrompem, elas não perdem apenas a bondade, mas também a realidade; dado que se perdessem a bondade continuando a ser, chegariam a um ponto em que seriam privadas de toda a bondade e, contudo, seriam reais, portanto incorruptíveis. Mas incorruptível é Deus e é absurdo supor que, as coisas, corrompendo-se, se aproximam de Deus. É necessário, pois, admitir que, à medida que se corrompem, as coisas perdem a sua realidade, que o mal absoluto é o nada absoluto e que o ser e o bem coincidem (Conf, VII, 12 ss).

 

SPERCHE, Mario Sérgio. A problemática do mal na vida, formação e conversão de Sto Agostinho. Paper Estudios antiguos y medievales – Dr. Gonzalo Soto. Maestria en Teología Moral. UPB.

Luz y bueno, verdadero y pulcro

luzPaulo Francisco Martos

Dios es Luz, con L mayúscula, y conforme el hombre siga o se aleja del Creador su alma estará en la luz o en las tinieblas. La luz creada está íntimamente, diríamos mejor, esencialmente, relacionada con los tres trascendentales: bueno, verdadero y bello. Consecuentemente, las tinieblas son afines con el mal, el error y lo feo. Siendo los trascendentales reversibles, evidentemente estas distinciones son meramente didácticas. San Juan Evangelista hace esta aproximación entre luz y verdad; tinieblas y mal: 

 “La luz ha venido al mundo, y los hombres amaron más las tinieblas que la luz, porque sus obras eran malas. Porque todo aquel que hace el mal aborrece la luz (…) Pero aquel que practica la verdad, se aproxima de la luz, a fin de que sus obras sean manifiestas, porque son hechas según Dios”.[1]

 

Conviene aclarar que la palabra “tinieblas” no debe ser entendida como lo malo en cuanto ser, porque es precisamente este el error del dualismo. A este propósito, explica el entonces Cardenal Ratzinger, actual Papa Benedicto XVI:

 

“Tinieblas en S. Juan no significan, como en el gnosticismo, una sustancia eterna y contraria a Dios; sino es un acto histórico, o sea, la revuelta que sobrepasa toda la historia del hombre contra el apelo de la palabra divina y el cerrarse del hombre en si mismo”.[2]

 

En esta misma línea doctrinal, San Pablo, en su epístola a los Colosenses, enseña:

 

“Sed contentos y agradecidos al Padre, que vos hizo dignos de participar de la herencia de los santos en la luz. Él nos arrancó del poder de las tinieblas y nos introdujo en el Reino de su Hijo muy amado”.[3]

 

FRANCISCO MARTOS, Paulo. Pedagogía de la belleza – Visión del universo: un modo de ser. Maestría en Ciencias de la Educación. Universidad Metropolitana de Asunción. Paraguay, 2009. p. 42.

 

 


 

[1] Jo 3, 19-21 – Biblia Sagrada, 2002, p. 1387

[2] Ratzinger, 1987, vol. III, p. 207

[3]Cl 1, 12 – 13 – Biblia Sagrada, 2002, p. 1507 – 1508